Ministério Público pede bloqueio de cerca de R$ 3 milhões de prefeito eleito de Belo Horizonte
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| Prefeito eleito em Belo Horizonte, Alxandre Kalil (PHS) - (Foto: Raquel Freitas/G1) |
O
Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) pediu o bloqueio de bens no
valor de R$ 2.984.974,26 do prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre
Kalil (PHS), e de sua empresa Erkal Engenharia, por suspeita de
irregularidade em um contrato firmado com o Departamento de Estradas e
Rodagens de Minas Gerais (DER-MG). A promotoria pediu ainda o bloqueio
de bens de dois ex-diretores da autarquia.
A informação foi
publicada em reportagem desta terça-feira (15) do jornal “O Estado de
São Paulo” e confirmada pela promotoria ao G1. A ação
data de 7 de outubro deste ano e foi ajuizada na Vara de Fazenda Pública
Estadual de Belo Horizonte. Em função do feriado da Proclamação da
República, a assessoria da Justiça em Minas não foi localizada para
informar o andamento da ação.
A assessoria do prefeito eleito
Alexandre Kalil foi procurada durante toda manhã, mas ninguém foi
localizado para comentar o caso.
Segundo a ação do MPMG,
reproduzida na reportagem, o valor é referente a “reajustes indevidos”
em um contrato firmado com o DER-MG, em 2001, para a manutenção em
estradas. A promotoria diz que a variação foi causada por dois aditivos,
celebrados em 2006, e por um suposto superfaturamento, aumentando o
valor do acordo acima do limite previsto por lei para os casos de
reajustes de contratos públicos.
Na ação, é pedida a
indisponibilidade da movimentação dos valores depositados em conta
bancária e aplicações financeiras, imóveis, veículos, ações e outros
bens. Os promotores pedem ainda a condenação dos envolvidos por
improbidade administrativa, a suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos e o ressarcimento dos valores aos cofres do estado. No
entendimento do MP, a “celebração de termos aditivos irregulares
favoreceram a empresa Erkal Engenharia Ltda., inclusive para execução de
obras a preços superfaturados”.
A empresa Erkal foi contatada pelo G1,
que aguarda um retorno da área jurídica. Na ação, a Erkal esclareceu
que é corriqueira a prática de reajustes em contratos e que não se
recorda de nenhum dado específico que tenha levado ao reajuste.
O
senador Aécio Neves (PSDB), governador na época em que os aditivos foram
firmados, disse que não tem conhecimento da ação e que não é parte
dela, esclarecendo que o DER-MG tem autonomia para negociar seus
contratos.
José Élcio dos Santos, diretor-geral do DER-MG na época
da assinatura do aditivo, afirma que houve uma interpretação equivocada
dos dados por parte do Ministério Público e que tudo foi feito conforme
a lei. Uma nota com o posicionamento dele foi encaminhada pela
assessoria de Aécio Neves.
“A ação impetrada pelo Ministério
Publico está baseada em erros e equívocos de interpretação de contratos
que podem ser facilmente esclarecidos uma vez que confundem aditivos com
reajustes obrigatórios de obras públicas em vigor em todo o país e até
mesmo taxa de fiscalização paga pela empresa ao DER”, afirma.
Santos
explica que o contrato foi assinado em setembro de 2001, no governo
Itamar Franco. Ele argumenta que, por erro, constou o valor de
referência de preço de abril de 2000 ao invés do correto, que seria
abril de 2001. Em fevereiro de 2006, esse erro foi identificado e foi
elaborado um termo aditivo determinando a devolução ao DER-MG de R$
634.511,02.
“O MP aponta aditivo de 99,997% do preço original,
quando o aditivo real foi de 23,99% e chamou de superfaturamento
reajustes legais e obrigatórios em vigor em todo o pais, além de
considerar como ganhos da empresa valores pagos por ela ao Estado como
taxa de fiscalização e devolução por ocasião da correção da data do
preço de referência quando da assinatura original do contrato”, diz
outro trecho da nota.
Milton Teixeira Carneiro, diretor de
operações do DER-MG à época, também é parte citada na ação, mas não foi
localizado pela reportagem.
A atual gestão do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais foi procurada pela reportagem e não comentou sobre a ação.
G1

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