Presidente de Associação dos Vaqueiros chama ‘polêmica das vaquejadas’ de hipocrisia
Publicado por:
Ivyna Souto
O
programa Master News, da TV Master, realizou debate sobre a proibição
das vaquejadas no Nordeste sob o argumento de crueldade e maus tratos
com os animais. Participaram da conversa, na noite desta quinta-feira,
13, Francisco José Garcia, representante da Comissão em Defesa dos
Animais da OAB Paraíba; Tarcio Teixeira, presidente do PSOL paraibano; o
deputado estadual João Gonçalves; e Walter Trigueiro, da Associação de
Vaqueiros Amadores da Paraíba.
Para
Tárcio Teixeira, o PSOL não poderia se furtar do debate, já que tem
participado de debates sobre a regulamentação da vaquejada no Ceará,
“não se trata de uma região contra a outra, mas de uma atividade que
agride e maltrata os animais, é importante que as entidades em defesa
dos animais e a sociedade entendam que o PSOL tem este entendimento e,
por isso, participa do debate”, esclareceu.
O
deputado estadual João Gonçalves disse ser favorável a proteção dos
animais, mas destacou que é cultural e que está “encrustada” na cultura
do Nordeste e do país. Ele citou as mudanças nas regras para a
realização de vaquejadas e destacou que, apenas na Paraíba, as
vaquejadas geram cerca de 120 mil empregos; segundo ele, são 700 mil
empregos em todo o Nordeste.
O
advogado Francisco José Garcia disse que a Constituição Federal prevê a
proibição de crueldade com quaisquer animais no Brasil, ele destacou
que a Comissão em Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil,
seccional Paraíba, defende a decisão do Supremo Tribunal Federal acerca
da proibição de vaquejadas “por entender que as vaquejadas maltratam e
prejudicam os animais”. “Existe crueldade antes, durante e depois da
prática da vaquejada, começa com o enclausuramento do animal, continua
com a queda do animal que traz para ele dores lancinantes e depois com
as consequências dessas dores, que geram doenças para o animal”, disse.
Walter
Trigueiro, da Associação dos Vaqueiros Amadores da Paraíba, disse que
não foi feito um estudo de impacto econômico antes da proibição do STF
para a prática da vaquejada. “Se eles se basearam apenas em imagens, se
conhecer in loco ou mesmo realizar um estudo para entender quantos
empregos diretos e indiretos são criados com a prática da vaquejada,
queremos uma adequação e, digo com bastante clareza, não somos
condizentes com maus tratos a animais, fazemos tudo de uma forma que não
haja crueldade”, afirmou. Ele disse ainda que acabando com as
vaquejadas, os nordestinos que trabalham com vaquejadas terão que migrar
para o Sudeste do país para viver em comunidades com subempregos.
O clima esquentou quando Walter disse que há assuntos muito mais
importantes para serem avaliados e considerou hipocrisia a polêmica
sobre vaquejadas neste momento, Tárcio respondeu as provocações e citou
as touradas espanholas, as caças de raposas na Inglaterra e várias
outras atividades que faziam parte da cultura dos países e movimentavam
milhões de reais, mas foram proibidas devido às agressões aos animais.
Polêmica Paraíba
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