Branislav Kontic, ex-assessor do ex-ministro Antônio Palocci, tenta suicídio em cela
O
juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do antigo assessor
do ex-ministro Antonio Palocci da Superintendência da Polícia Federal no
Paraná para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana
de Curitiba, onde estão os presos da Operação Lava Jato. Preso na
Operação Omertá na última semana de setembro, Branislav Kontic tentou
suicídio na cela da PF, ingerindo 40 comprimidos no sábado, 1º de
outubro.
Brani, como é conhecido, foi levado ao Hospital Santa
Cruz, em Curitiba, “para acompanhamento médico e a realização de
exames”, segundo a PF. Ao pedir autorização para remover Brani, o
delegado Igor Romário de Paula argumentou que no Complexo Médico, o
ex-assessor de Palocci ficará “sob acompanhamento especializado e a
disposição deste juízo”.
Na segunda-feira, 3, Moro autorizou o deslocamento de Brani para o Complexo Médico Penal.
A
investigação da Omertà afirma que Palocci, com “importante e constante
auxílio” de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do Grupo
Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões
tomadas pelo governo federal.
Segundo o Ministério Público
Federal, a atuação do ex-ministro se deu inclusive no período em que
exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e
diversos encontros.
A força-tarefa da Lava Jato aponta que
e-mails e anotações apreendidos durante a operação indicam que os
acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio
Palocci em reuniões presenciais.
Os encontros, de acordo com a
Procuradoria da República, foram realizados “por diversas vezes” nos
endereços residencial e profissional do ex-ministro – agendadas por
intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor,
Branislav Kontic. Além do auxílio de Kontic, apurou-se que o recebimento
dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado,
seu ex-assessor.
Istoé
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