Juiz do Distrito Federal aceita denúncia, e Lula vira réu pela terceira vez
Lula, seu sobrinho Taiguara dos Santos e o empresário Marcelo Odebrecht, além de outras oito pessoas, são acusados pelo MPF-DF de envolvimento em fraudes de contratos do BNDES.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara
Federal de Brasília, aceitou denúncia e abriu ação penal nesta
quinta-feira (13) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
sobrinho da primeira mulher dele Taiguara dos Santos, o empresário
Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas.
Todos são acusados pelo Ministério Público Federal do Distrito
Federal de terem envolvimento em fraudes envolvendo contratos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eles responderão
por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e
tráfico de influência.
Com a decisão, Lula passa a ser réu em três ações penais. Além dessa,
envolvendo contratos do BNDES, há outra sobre uma suposta tentativa de
obstruir a Operação Lava Jato. Na terceira, ele é acusado de receber
vantagens indevidas da OAS, como reforma no triplex do Guarujá e
armazenamento do acervo pessoal. Lula nega todas as acusações.
Além de aceitar a denúncia do Ministério Público Federal na íntegra e
abrir a ação penal, o juiz Vallisney Oliveira também determinou nesta
quinta que a defesa dos acusados apresente documentos, indique provas a
serem coletadas e apresente nomes de testemunhas no prazo de 10 dias
para que a ação penal prossiga.
"Citem-se os réus para a apresentação de resposta à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias, oportunidade em que poderão arguir
preliminares e alegar tudo o que interesse à defesa, oferecer documentos
e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas. Quanto ao rol de testemunhas a defesa deve qualificá-las
por completo, declinar pormenorizadamente os respectivos endereços e
demais dados para que as testemunhas possar ser facilmente localizadas",
dz o juiz na decisão.
Veja abaixo a lista de todos os que se tornaram réus e os crimes imputados a eles pelo MPF:
Luiz Inácio Lula da Silva – organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, corrupção passiva;
Marcelo Bahia Odebrecht – organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa;
Taiguara Rodrigues dos Santos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
José Emmanuel de Deus Camano Ramos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
Pedro Henrique de Paula Pinto Schettino – lavagem de dinheiro;
Taiguara Rodrigues dos Santos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
José Emmanuel de Deus Camano Ramos – organização criminosa, lavagem de dinheiro;
Pedro Henrique de Paula Pinto Schettino – lavagem de dinheiro;
Maurizio Ponde Bastianelli – lavagem de dinheiro;
Javier Chuman Rojas -– lavagem de dinheiro;
Marcus Fábio Souza Azevedo – lavagem de dinheiro;
Eduardo Alexandre de Athayde Badin – lavagem de dinheiro;
Eduardo Alexandre de Athayde Badin – lavagem de dinheiro;
Gustavo Teixeira Belitardo – lavagem de dinheiro;
José Mário de Madureira Correia – lavagem de dinheiro.
A denúncia do Ministério Público Federal
Na denúncia oferecida contra Lula, na última
segunda (10), o Ministério Público Federal afirma que o ex-presidente
atuou junto ao BNDES "e outros órgãos de Brasília" para favorecer a
construtora Odebrecht em empréstimos para obras de engenharia realizadas
em Angola.
Em retribuição, diz o MPF, a empreiteira pagou aos envolvidos valores que chegam a R$ 30 milhões.
Conforme a denúncia, a participação de Lula ocorreu em duas fases. Na primeira, entre 2008 e 2010, quando ainda era presidente, os investigadores entendem que Lula praticou corrupção passiva. Na segunda, entre 2011 e 2015, já sem mandato, Lula teria cometido tráfico de influência.
Em retribuição, diz o MPF, a empreiteira pagou aos envolvidos valores que chegam a R$ 30 milhões.
Conforme a denúncia, a participação de Lula ocorreu em duas fases. Na primeira, entre 2008 e 2010, quando ainda era presidente, os investigadores entendem que Lula praticou corrupção passiva. Na segunda, entre 2011 e 2015, já sem mandato, Lula teria cometido tráfico de influência.
O Ministério Público ainda pede a condenação do ex-presidente por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Para o juiz Vallisney de Souza Oliveira, análise prévia dos fatos aponta indícios de que os acusados cometeram os crimes.
Segundo ele "as condutas tidas como enquadradas nos crimes de lavagem
de dinheiro, atingem todos os acusados, e os de corrupção, de
organização criminosa e corrupção parte dos réus, conforme a descrição
feita na denúncia, tendo o MPF, com base nos documentos juntados
decorrentes de quebras de sigilo e busca e apreensões, conseguido cindir
no tempo as condutas, numa primeira fase entre 2008 e 2010, e numa
segunda fase da atividade que se aponta como delituosa entre 2011 e
2015".
Outros pedidos do Ministério Público Federal
Além de pedir condenação por crimes, o MPF
também quer que os acusados sejam condenados à reparação de danos
materias e morais por suas condutas em valor mínimo de R$ 21 milhões a
ser atualizado pela inflação. Pede a procuradoria, ainda, que todos os
acusados sejam interrogados.
A denúncia traz diversas mensagens do celular de Taiguara, trocadas com seguranças de Lula e outras pessoas ligadas ao ex-presidente, sempre se referindo ao "tio", e mencionando encontros e conselhos para alavancar os negócios.
A denúncia traz diversas mensagens do celular de Taiguara, trocadas com seguranças de Lula e outras pessoas ligadas ao ex-presidente, sempre se referindo ao "tio", e mencionando encontros e conselhos para alavancar os negócios.
Afirma o MP que Lula recebeu vantagens indevidas enquanto ainda era
presidente, para ele próprio, para o sobrinho Taiguara e para o irmão,
Frei Chico.
Em relação às despesas pagas de Frei Chico, a denúncia traz os
boletos de mensalidades de planos de saúde e despesas com combustíveis. A
vantagem era uma forma de remunerar Lula pela atuação a favor da
Odebrecht, segundo o MP.
G1
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