Artrose não atinge só idosos; conheça outros mitos e verdades sobre esta doença
Para combater preconceitos, o professor francês compareceu a evento da área e de desmistificou cinco ideias falsas muito divulgadas
Pensamos geralmente que as doenças osteo-articulares, também chamadas
reumatismos, dizem respeito apenas a pessoas idosas. Para combater esse
tipo de preconceitos, o professor Francis Berenbaum, chefe do serviço de
reumatologia do hospital Saint Antoine, em Partis, compareceu ao evento
“Ensemble contre les rhumatismes” (Juntos contra os reumatismos).
Organizado pelo Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, da
França, a Fundação Artrite e a Sociedade Francesa de Reumatologia, o
encontro terá lugar em Paris nesta terça-feira, 12 de outubro, e reunirá
pesquisadores médicos e pacientes. O evento será transmitido
diretamente pela Internet. A respeito, o prof. Berenbaum quis
desmistificar cinco ideias falsas muito divulgadas a respeito dessas
moléstias.
1. As pessoas conhecem bem as doenças osteo-articulares.
Falso. De cada mil pessoas interrogadas em agosto último, durante uma
pesquisa efetuada pela Fundação Artrite, três quartos delas declararam
ter pouco ou nenhum conhecimento dessas doenças, em particular o lúpus e
a esclerodermia, que são doenças autoimunes, bem como a fibromialgia,
uma doença crônica que acarreta uma sensação de queimação em todo o
corpo e cuja origem permanece desconhecida. Os reumatismos reagrupam o
conjunto das doenças do aparelho locomotor. Elas podem dizer respeito
aos ossos (osteoporose, que ocasiona fraturas devido à fragilidade dos
ossos), ou as articulações (artrose, artrite, reumatismos inflamatórios
ou crônicos como a poliartrite reumatoide e a espondiloartrite).
2. O que é o lúpus? As doenças articulares são graves.
Verdadeiro. “As doenças articulares representam um duro impacto na
qualidade de vida, no sono, mas elas podem igualmente levar à morte”,
lembra o professor Berenbaum. Com efeito, por causa do sedentarismo que
elas acarretam, elas estão diretamente ligadas ao aumento do risco de
doenças cardiovasculares, e também o de cânceres. “Há duas semanas, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que as doenças
osteo-articulares devem ser levadas em consideração nos projetos de
prevenção”, acrescenta Francis Berenbaum.
3. As dores articulares dizem respeito apenas a uma pequena parte da população.
Falso. Segundo o Inserm, 12 a 13 milhões de pessoas de pessoas
atualmente sofrem de reumatismos apenas na França (cerca de 20% da
população total). Dentre elas, de 9 a 10 milhões são afetadas pela
artrose – uma afecção crônica que se manifesta por dores persistentes
nas articulações -, e 600 mil são atingidas por reumatismos
inflamatórios crônicos (poliartrite reumatoide e a espondiloartrite).
Por outro lado, uma pessoa de cada duas interrogadas declarou sofrer de
dores articulares no momento da pesquisa. Uma cifra que deve ser
relativizada, pois a maioria das pessoas interrogadas conhecia mal essas
doenças, e portanto também os seus sintomas.
4. Os reumatismos são causados unicamente pela velhice, e portanto só interessam às pessoas idosas.
Falso. Existem doenças osteo-articulares que aparecem desde a infância.
O Inserm calcula que, apenas na França, existam cerca de 4 mil crianças
que sofrem de reumatismo inflamatório. Por outro lado, é possível se
sofrer de artrose muito cedo na vida da pessoa adulta. “Vejo muito
jovens na faixa dos vinte anos que apresentam traumatismos articulares
adquiridos durante atividades esportivas, por exemplo uma ruptura dos
ligamentos cruzados. Para eles, o risco de desenvolver artrose dez anos
mais tarde é bastante elevado, constata o professor Berenbaum. É preciso
ensinar as pessoas a proteger suas articulações da mesma forma que as
ensinamos a proteger seu coração. E isso passa pelo fornecimento de
melhores informações, tanto na vida do dia-a-dia quanto nos manuais
escolares, ou através da sensibilização dos professores e treinadores
desportivos em relação a essa problemática”.
5. É possível prevenir a aparição de reumatismos.
Verdadeiro. “Desde a mais tenra idade, e ao longo de toda a vida, é
primordial preservar seu capital articular”, lembra o professor
Berenbaum. Isso significa a observação de toda uma prevenção de
traumatismos desde a infância, e de quedas no caso de pessoas idosas,
bem como manter a prática de atividades físicas. É preciso também comer
de modo equilibrado, a fim de se evitar qualquer excesso de peso e as
carências de cálcio e de vitamina D (pois isso aumenta o risco de
osteoporose e, portanto, de fraturas), evitar o tabaco e manter uma boa
higiene bucal e dentária, dois fatores de risco confirmados como
desencadeadores e agravantes da poliartrite reumatoide.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário