quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Tragédia familiar

Pai que matou filhos mandou vídeo do crime para a família, revela esposa

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A mãe dos dois meninos de 3 e 4 anos que foram mortos a facadas pelo pai, o zootecnista e doutor em Ciência Animal pela Universidade de São Paulo (USP) Hugo Imaizumi, de 41 anos, disse em entrevista nesta quarta-feira (28) que o marido gravou o crime com o celular e mandou as imagens para a família. O assassinato foi na casa deles no Jardim Ouro Verde, em São José do Rio Preto (SP).
“Foi cruel o que ele fez. Ele se filmou dando remédio para os meninos, depois enfiando a faca neles e mandou no WhatsApp da minha mãe. Meu irmão viu e apagou as imagens, está em estado de choque, à base de remédios. Ele foi cruel para me atingir, não fez pensando nas crianças em momento algum. Os filhos eram só objeto. Ele tinha obsessão por mim, ninguém tem direito de fazer isso com dois bebês”, afirma a fisioterapeuta Juliana Paes, de 39 anos.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, na madrugada de domingo Juliana foi até a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) do Jardim Tanguará e, desesperada, avisou um dos guardas municipais que seu marido havia matado os dois filhos a facadas. Os guardas foram até a casa com a mulher, onde encontraram o homem deitado na cama com as duas crianças. Conforme o registro policial, eles tentaram reanimar as crianças até a chegada do resgate, mas não conseguiram.
“Meus filhos estavam dormindo comigo no meu quarto, porque a gente já dormia separado, eles estavam vendo desenho e eu peguei no sono. Quando acordei eles não estavam comigo. Senti algo estranho, fui abrir a porta do quarto, estava trancada, ninguém respondia. Dei a volta pelo quintal e abri a janela, aí vi a cena. Ele tirou todos os telefones e não conseguia ligar para ninguém. Corri até a UPA que tinha perto de casa e pedi ajuda”, lembra.
Ao lado dos corpos a polícia encontrou uma carta, escrita à mão pelo zootecnista. No bilhete ele expressou decepção por uma suposta traição cometida pela esposa.
A fisioterapeuta afirma que estava vivendo um relacionamento conturbado com o marido, que não aceitava o término da relação. “Da minha parte eu não queria mais, era mais da minha parte do que dele, muitas coisas aconteceram entre a gente, coisas pessoais minhas, que só eu sei que acontece na minha casa. Então, de um tempo para cá, não quis mais viver com ele, quando ele viu que não queria mais, ele pediu perdão, que ia mudar, seria outra pessoa. Ele tinha um ciúmes doentio por mim, de não deixar eu usar um salto alto, usar uma roupa, passar um batom”, diz.
Imaizumi está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base (HB) de Rio Preto (SP). Ele tentou cometer suicídio depois de matar os meninos, mas foi resgatado pelo Samu. “Minha vida nunca mais vai ser a mesma. O que me conforta é que ele está vivo e que vai viver para pagar uma dor muito maior do que a minha”, afirma.
Apesar de o relacionamento dos dois estar em crise, Juliana afirma que ele era um bom pai e, por isso, nunca imaginou que isso poderia acontecer. Ela conta que Imaizumi tinha perdido o emprego e, como ela trabalhava o dia inteiro, era ele quem ficava com os meninos. “Nunca na minha vida eu imaginei, ele é uma pessoa boa, com os filhos, maravilhosa, pai exemplar, homem exemplar”, afirma.
Entenda o caso
De acordo com informações do boletim de ocorrência, na madrugada de domingo a mãe das crianças foi até a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) do Jardim Tanguará e avisou um dos guardas municipais que seu marido havia matado os dois filhos.
Os guardas foram até a casa com a mulher, onde encontraram o homem deitado na cama com as duas crianças. Conforme o registro policial, eles tentaram reanimar as crianças até a chegada do resgate, mas não conseguiram. Os dois irmãos foram mortos pelo pai com facadas na jugular, segundo a polícia.
Ele teria tentado cometer o suicídio em seguida e foi encontrado com várias perfurações no peito e ainda com a faca cravada no pescoço. Apesar de gravemente ferido, ele foi socorrido com vida ao Hospital de Base de Rio Preto. As crianças foram enterradas no domingo (25) à tarde, no cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.

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