Papa Francisco canoniza Madre Tereza de Calcutá, 19 anos após sua morte
O Papa Francisco canonizou Madre Teresa de
Calcutá neste domingo, em uma missa para mais de 100 mil pessoas na
praça de São Pedro. “Nós declaramos a beata Teresa de Calcutá santa,
decretando que deve ser venerada como tal por toda a igreja”, disse o
Papa, em uma cerimônia, provocando o aplauso de toda a congregação.
Nascida
em uma família albanesa, no que hoje é a Macedônia, Madre Teresa fundou
as Missionárias da Caridade em 1950, com 12 seguidores em Calcutá,
Índia. Atualmente, a ordem percorre hospitais, asilos, abrigos e outros
serviços em mais de 139 países.
A canonização de Madre Teresa
ocorre um dia antes do 19º aniversário de sua morte, 5 de setembro, e
entrará no calendário da Igreja Católica.
A cerimônia de
canonização de Madre Teresa de Calcutá, na manhã deste domingo, 4, em
Roma, foi uma das comemorações mais importantes do Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, que começou em 8 de dezembro de 2015 e
se encerra dia 20 de novembro.
O papa Francisco escolheu para a
celebração a data porque ela foi um exemplo da misericórdia de Deus para
com os pobres, aos quais dedicou sua vida. Madre Teresa nasceu em 1910 e
morreu em 1997.
O caso que levou à canonização tem um brasileiro –
o engenheiro Marcílio Haddad Andrino – como o beneficiário da cura
classificada como fato extraordinário pelos médicos e considerada
milagre pela Igreja. O papa Francisco reconheceu sua autenticidade em
decreto publicado em 17 de dezembro, após análise da Congregação para as
Causas dos Santos. Andrino, atualmente residente no Rio, está em Roma,
com a família, a fim de assistir à cerimônia de canonização.
Até
sexta-feira, 100 mil ingressos haviam sido distribuídos para a missa de
canonização. Representantes de diversos governos estiveram presentes na
cerimônia.
Madre Teresa foi canonizada 19 anos após a morte, tempo
muito curto em comparação com os de outros candidatos ao altar nos
processos da Congregação para as Causas dos Santos. Ela foi beatificada
em 2003, seis anos depois de morrer, por empenho pessoal do papa João
Paulo II, que a tinha conhecido pessoalmente e a considerava um exemplo
atualíssimo para a Igreja – avaliação compartilhada por seus sucessores,
Bento XVI e Francisco.
Origem. Uma das figuras
mais veneradas pelos devotos, Madre Teresa era de origem albanesa –
recebeu no batismo o nome de Agnes –, nasceu em Escópia, capital da
Macedônia, na antiga Iugoslávia. Era a caçula dos cinco filhos de Nicola
e Drane Bojaxiu, uma família pobre e muito religiosa. Aos 18 anos,
Madre Teresa decidiu ser freira. “Sou albanesa de sangue e indiana por
cidadania”, assim se apresentava a freira que, ao chegar à Índia como
missionária, incorporou em sua identidade o nome da cidade no leste
indiano que a acolheu.
Fundou a Congregação das Missionárias da
Caridade, que teria também um ramo masculino. Vestiu uma túnica branca
com faixas azuis e, com as primeiras companheiras, dedicou-se ao serviço
dos mais pobres entre os pobres. Idosos, doentes e, entre esses, os
hansenianos, tiveram prioridade na sua atenção. O papa Pio XII aprovou
em 1950 as Missionárias da Caridade.
Elas são hoje cerca de 5 mil
irmãs e atuam no mundo em pequenas comunidades. No Brasil, são 70
religiosas, que trabalham em 13 Casas, incluindo uma em São Paulo –
Madre Teresa visitou duas vezes o País. Em 1979, ganhou o Prêmio Nobel
da Paz. Sua figura, no entanto, não era uma unanimidade. Ela chegou a
ser criticada por supostamente não dar o tratamento adequado aos
pacientes.
Estadão
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