domingo, 28 de agosto de 2016

Brasil da ditadura militar criticado com humor

O BEM-AMADO: TELENOVELA DE DIAS GOMES EXIBIDA PELA REDE GLOBO EM 1973

Escrita por Dias Gomes, a telenovela O Bem-Amado foi produzida e exibida pela Rede Globo entre 22 de janeiro a 3 de outubro de 1973. Foi a 17ª "novela das dez" exibida pela emissora e a primeira produzida em cores na televisão brasileira, sob a direção de Régis Cardoso e supervisão de Daniel Filho, contando com os atores Paulo Gracindo e Lima Duarte nos papéis principais., 
No enredo, o prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), um político corrupto e cheio de artimanhas, tem como meta prioritária em sua administração na cidade fictícia de Sucupira, no litoral baiano, a inauguração do cemitério local. De um lado. é bajulado pelo secretário gago, Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), profundo conhecedor dos lepidópteros, e conta com o apoio incondicional das irmãs Cajazeiras, suas correligionárias e defensoras fervorosas: Doroteia (Ida Gomes), Dulcineia (Dorinha Durval) e Judicleia (Dirce Migliaccio). 
O prefeito Odorico Paraguaçu e as irmãs Cajazeiras, Doroteia, Dulcineia e Judicleia, suas correligionárias e defensoras fervorosas
Doroteia é a mais velha, líder na Câmara de Vereadores da cidade. Dulcineia, a do meio, é seduzida pelo prefeito. E Judicleia é a mais nova - e mais espevitada. São três solteironas avessas a imoralidades - pelo menos em público, já que Odorico sempre aparece de noite para tomar um "licor de jenipapo".
Odorico tem que lutar com a forte oposição liderada pela delegada de polícia, Donana Medrado (Zilka Salaberry), que conta com o dentista Lulu Gouveia (Lutero Luiz), inimigo mortal do prefeito e líder da oposição na Câmara - atacando-se constantemente com Doroteia no plenário. E ainda com o jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella), proprietário do jornal local, a Trombeta. Sem falar em Nezinho do Jegue (Wilson Aguiar), defensor fervoroso de Odorico quando sóbrio, e principal acusador, quando bêbado!
Paulo Gracindo em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV Globo
A meta prioritária da administração do prefeito Odorico Paraguaçu era que alguém morresse para inaugurar o cemitério da cidade de Sucupira 
Maquiavelicamente, o prefeito arma tramas para que morra alguém, sempre fracassando. Nem as diversas tentativas de suicídio do farmacêutico Libório (Arnaldo Weiss), um tiroteio na praça e um crime lhe proporcionam a realização do sonho. Para obter êxito, Odorico traz de volta a Sucupira um filho da terra, Zeca Diabo (Lima Duarte), um matador "redimido", que recebe a "missão" de matar alguém para inauguração do cemitério.
Lima Duarte e Paulo Gracindo em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV Globo
Protagonistas da novela O Bem-Amado: Lima Duarte (o matador Zeca Diabo) e Paulo Gracindo (o prefeito Odorico Paraguaçu)
Como se não bastasse, Odorico ainda tem que enfrentar os desafios de Juarez Leão (Jader Filho), médico personalístico da oposição, que se envolve com sua filha, Telma (Sandra Brea), e faz um bom trabalho em Sucupira, salvando vidas - para desespero de Odorico.
A final, uma irônica surpresa: Zeca Diabo, revoltado, mata Odorico, que, finalmente, inaugura o cemitério!
Emiliano Queiroz em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV GloboIda Gomes, Dorinha Duval e Dirce Migliaccio em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV GloboRuth de Souza e Milton Gonçalves em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV GloboAugusto Olímpio, Paulo Gracindo e Zilka Salaberry em O Bem-Amado, 1973. Cedoc/TV Globo

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