sábado, 13 de agosto de 2016

Unidade peemedebista

Temer conquista fidelidade do PMDB no impeachment de Dilma Rousseff

Michel Temer 2
Três meses após assumir interinamente a Presidência, Michel Temer conseguiu conquistar o apoio de boa parte de seu partido, o PMDB. Se, nos dias que antecederam o afastamento de Dilma Rousseff, determinadas alas do partido de Temer ainda mostravam-se fiéis à petista, a votação da pronúncia da presidente afastada, ocorrida na última quarta-feira (10), indica que ela não conta mais com esse suporte.
A ampliação dos votos favoráveis ao impeachment na última votação no Senado, em relação à que culminou no afastamento de Dilma, deve-se sobretudo à mudança de posições de peemedebistas.
Durante a votação da pronúncia, 16 dos 19 integrantes do partido votaram pelo impeachment — um percentual de 84% dos senadores peemedebistas.
Na primeira votação, que definiu o afastamento de Dilma, o apoio havia sido menor: 13 dos 18 peemedebistas votaram pelo prosseguimento do processo contra a presidente — um apoio de 72%. Na época, o partido tinha um senador a menos, já que Kátia Abreu ainda era ministra.
Entre a primeira e a segunda votação, quatro senadores cujos votos que não apoiavam o impeachment passaram a votar a favor da continuidade do processo. Três deles são peemedebistas: Eduardo Braga, Jader Barbalho e João Alberto Souza. O outro voto conquistado por Temer foi de Pedro Chaves, do PSC-MS, que ainda não havia assumido sua cadeira na primeira votação.
João Alberto de Souza havia votado a favor de Dilma. Segundo a assessoria de imprensa do senador, a mudança de posicionamento aconteceu para acompanhar a decisão de voto da sua legenda. Já Braga e Barbalho haviam se ausentado na primeira votação.
Procurados pela reportagem do R7, os três afirmaram, por meio de suas assessorias de imprensa, que manterão seus votos favoráveis ao afastamento da presidente Dilma Rousseff no julgamento final, previsto para o dia 25 de agosto.
Caso todos os senadores mantenham seus votos, os governistas conseguirão cinco votos além do necessário para afastar Dilma da Presidência em definitivo — durante a votação da pronúncia 59 senadores manifestaram-se favoráveis à continuidade do processo (o mínimo necessário para aprovar impeachment na votação final são 54 votos).
Além da fidelidade dos três peemedebista, Temer conquistou também, entre a primeira e a segunda votação, o apoio de Pedro Chaves, que assumiu sua cadeira no Senado após a cassação do ex-petista Delcídio do Amaral.
Quais peemebedistas não apoiaram Temer?
Dos 19 integrantes do PMDB presentes no Senado, apenas três deles não deram aval ao impeachment. O presidente do Senado, Renan Calheiros, procurou se manter imparcial desde a primeira votação, alegando que tomaria partido somente durante a votação final devido a seu cargo.
Fiel a Dilma, a ex-ministra Kátia Abreu votou contra o relatório de Anastasia. Roberto Requião também não seguiu a decisão do partido e, na última votação, declarou apoio à presidente afastada, votando pela não continuação do processo do impeachment.

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