Lula admite que PT não tem alternativas para as eleições de 2018
Ex-presidente sugere que ex-ministros recém saídos do governo Dilma passem a integrar o comando do partido.
Por: Blog do Gordinho
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, em recentes
conversas, a falta de alternativas do PT, além dele próprio, para a
disputa presidencial de 2018 após a abertura do processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff.
Lula reclama de o PT “não criar quadros”. O ex ministro-chefe da
Casa Civil Jaques Wagner e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, são
as opções que defende para a corrida presidencial.
A aliados, Lula reconheceu, no entanto, que, sem cargo na Esplanada
dos Ministérios, Wagner dificilmente terá a exposição necessária para se
promover para a disputa eleitoral.
Lula sugere que ex-ministros recém saídos do governo Dilma passem a
integrar o comando do partido. Ricardo Berzoini e Miguel Rossetto serão,
por exemplo, escalados para funções partidárias.
Vice-presidente do PT, Paulo Teixeira (SP) afirma que a proposta é
“adensar” a cúpula partidária para a defesa de Dilma até o julgamento
final do impeachment.
Há dúvidas sobre a conveniência eleitoral de Wagner engrossar a
cúpula do partido num momento de desgaste da sigla. Além disso, o
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, num acordo de delação
premiada, que em 2006, a campanha do ex-ministro ao governo da Bahia
foi abastecida por propina, o que o petista nega.
Uma eventual candidatura de Haddad dependeria, por sua vez, de sua
reeleição à Prefeitura de São Paulo neste ano. Embora o prefeito seja
presença constante no instituto Lula, o ex-presidente tem recomendado
que a imagem de Haddad seja preservada, evitando-se excessiva
associação ao partido.
Em conversas, Lula afirmou ainda que se dedicará agora às eleições
municipais para conter perdas ainda maiores do que as já provocadas pela
Operação Lava Jato e o desgaste do governo Dilma.
O presidente do PT, Rui Falcão, convocou para segunda (16) uma
reunião da Executiva Nacional do PT para discutir a estratégia do
partido no pós-impeachment. Na terça (17), será realizada uma reunião
mais ampla, do Diretório Nacional. A pauta incluirá o debate sobre a
convocação de novas eleições nacionais.
Folha de S. Paulo
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