Réu é morto em estacionamento do Fórum pouco antes de ir a júri; carro levou mais de 50 tiros
Assassinato aconteceu assim que ele estacionou no Fórum de Santa Maria.
Homem era acusado de tentativa de homicídio em 2010 e estava solto.
Um homem acusado de tentativa homicídio foi assassinado na manhã
desta quinta-feira (28) instantes antes de ir a júri popular no Fórum de
Santa Maria, no Distrito Federal. Testemunhas afirmam que ele havia
acabado de estacionar no prédio e falava ao telefone com o advogado
quando um carro parou ao lado dele e seus ocupantes deram início aos
disparos. De acordo com a Polícia Militar, houve mais de 50 tiros.
A vítima foi identificada como Rafael Wanderson Otaviano e tinha 35
anos. Ele era réu em um processo de tentativa de homicídio qualificado
ocorrido em 8 de agosto de 2010. Junto com Galba Rogério Otaviano da
Silva – que está preso pelo crime –, o acusado teria atirado diversas
vezes contra uma pessoa desarmada, que trocava o pneu do carro na QR 103
de Santa Maria. Ambos negavam ter cometido o crime.
O advogado da vítima, Delcio Gomes de Almeida, conta que também havia
acabado de estacionar quando o crime ocorreu. "Pelo calor do momento eu
não consegui ver muito bem, mas me parece que eram dois indivíduos num
carro escuro que já chegaram atirando. Os seguranças do tribunal
chegaram a trocar tiros com eles, mas eles estavam fortemente armados e
conseguiram fugir", disse.
Policiais militares chegaram ao local antes da saída dos assassinos e
trocaram tiros com os criminosos. O cabo Johelen Vervloet, do Batalhão
Judiciário da PM, disse ao G1 que um grupo da corporação chegava ao
fórum para acompanhar o julgamento quando o tiroteio teve início. “Antes
de descer da viatura, já começaram os disparos. Descemos rápido da
viatura e observamos dois elementos disparando.”
Vervloet afirmou que os policiais atiraram contra os criminosos, que
entraram no carro (um modelo Sedan de cor escura) e fugiram em direção à
região sul de Santa Maria. Segundo ele, os criminosos dispararam contra
o carro da polícia durante a fuga, mas nenhum tiro atingiu o veículo.
“Nós já avisamos todos os hospitais, porque provavelmente pode ser que
alguém tenha sido atingido.”
A sessão do júri estava prevista para começar às 8h30, e Otaviano
havia chegado pouco antes de 8h. Preferindo não se identificar, um
segurança do fórum afirmou ao G1 que todos os jurados já estavam na
recepção quando os disparos começaram.
“Tudo tampado, neblinado, não deu para ver direito. Foram mais de 50
tiros, acabaram com o carro. Tem cartucho no chão para dar com pau. O
trem foi feio”, afirmou. “Foi mais ou menos no rumo da entrada do júri.
Se fosse na frente da portaria seria perigoso.”
O julgamento foi suspenso. Não há informações sobre a possibilidade
de cancelamento das outras atividades do fórum, que oficialmente
funciona entre 12h e 19h. O prédio fica na Avenida Alagados, umas das
pistas principais da região administrativa.
Funcionários que trabalham no posto da Caesb, em frente ao
estacionamento em que Otaviano morreu, afirmam que pensaram que o
barulho era de fogos de artifícios. "O intervalo entre um tiro e outro
era tão pequeno que a gente achou que eram fogos. Eu fiquei imaginando o
que alguém estaria comemorando a essa hora da manhã" disse uma
funcionária.
"A gente não sabia muito bem o que estava acontecendo até que alguém
falou que era tiro. Também não dava para ver nada porque a neblina
estava muito forte. Só depois que o barulho acabou foi que eu pude ir
fechar o portão, disse a segurança do posto.
O G1 refez o trajeto da perseguição policial e todos os comerciantes
ouvidos confirmaram que viram um carro sedan preto em alta velocidade.
"Ele passou aqui a mais de 100 km por hora, ignorou o quebra-molas ali
na frente", disse o gerente de uma loja de material de construção. "Eu
vi um carro preto em alta velocidade quase batendo em um ônibus aqui
nessa esquina. Ele virou descendo aqui [sentido Novo Gama, em Goiás].”
Investigação
A Polícia Civil investiga o crime. Agentes estiveram no fórum para a
perícia. A mulher de Otaviano não quis dar entrevista e acompanhou o
trabalho. O casal vivia em Santa Maria e tem um filho de 2 anos. Ninguém
havia sido preso até a última atualização desta reportagem.
Vale do Piancó Notícias com G1
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