'Ela é um monstro', diz marido de professora suspeita de pedofilia
Segundo a polícia, uma das vítimas é a filha do marido da professora.
A polícia investiga se o advogado de 63 anos e a professora de 39
anos, suspeitos de aliciarem crianças para abuso sexual em uma creche em
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fizeram outras vítimas além das
que aparecem em imagens apreendidas pelas polícias. Os dois suspeitos
aparecem em fotos e vídeos.
Segundo os investigadores, uma das vítimas do advogado foi a enteada
da professora. O marido dela desabafou na Delegacia da Criança e
Adolescente Vítima, no Centro do Rio, nesta quinta-feira (28).
Na época, a enteada da professora, hoje com 17 anos, tinha apenas 9.
"Ela é um monstro. Meu mundo caiu. Ela deve ser banida da sociedade.
Deve ficar guardada para o resto da vida. Não consigo olhar para a cara
dela", desabafou o pai da adolescente, que está se divorciando da
mulher.
Ele afirmou que só soube das suspeitas de abusos pela polícia. Além
da menina que, segundo policiais, foi vítima de abusos, ele e a
professora tem um filho de 7 anos. "Ela sempre destratou ela e os meus
outros três filhos do primeiro casamento", afirmou.
Aliciamento na creche
A dona da creche também compareceu à delegacia para prestar
depoimento. "Estou me sentindo arrasada. Eu confiava nela, conhecia ela
desde criança. Ela é minha vizinha de bairro. Os pais dela acolheram
minha família, minha mãe com três filhos pequenos, quando nossa casa foi
a leilão. Eu a empregava há dois meses, por gratidão à família dela.
Nunca desconfiei de nada. Ela era uma ótima professora. Nunca nem vi ela
usando o celular na escola", disse Viviane Carvalho, dona da creche,
que reconheceu as fotos de duas crianças, das 25 matriculadas na
instituição que atende crianças de 1 a 4 anos de idade.
A delegada Cristiane Bento disse que vai ouvir os responsáveis pelas
25 crianças matriculadas na creche. Segundo ela, fotos, vídeos e
mensagens em redes sociais trocadas entre a professora e o advogado não
deixam dúvidas sobre o caso.
"Ela só admitiu o aliciamento de menina de 9 anos, em 2007. Ele negou
tudo. Mas as provas são irrefutáveis. Em princípio, a creche e a dona
do estabelecimento não têm nenhuma ligação com o caso", disse a
delegada.
Cristiane disse que a professora recebeu dinheiro pelo aliciamento da
primeira criança, mas disse não se lembrar da quantia. As mensagens
trocadas entre os suspeitos mostram que a professora estava fazendo
amizade com a mãe de uma criança de 4 anos para conseguir levar a menina
para o advogado.
A professora e o advogado vão responder pelos crimes de estupro de
vulnerável e de armazenamento de fotos pornográficas de crianças. A pena
por esses crimes é de 20 anos de prisão.
Prisões na quarta-feira
O homem de 63 anos foi preso em flagrante por pedofilia, no Grajaú,
Zona Norte do Rio, conforme mostrou o Jornal Nacional nesta quarta-feira
(27). Cumprindo mandado de busca e apreensão, policiais da Delegacia da
Criança e Adolescente Vítima (Dcav) encontraram na casa fotos do homem
com crianças.
Segundo a polícia, ele contava com o apoio da professora da creche em
Duque de Caxias para praticar os crimes. Ele aliciava as crianças e as
levava para motéis. A professora foi presa no final da tarde e teve a
prisão temporária decretada pela Justiça.
Casado e pai de dois filhos, o advogado e contador usava as redes
sociais para manter contato com a mulher, de acordo com informações da
polícia.
Ela enviava fotos e vídeos das partes íntimas das crianças para o
homem e, também pela internet, ajudava a marcar encontros dele com as
vítimas.
Ainda de acordo com a polícia, a mulher aparece abusando de uma
menina que aparenta ter 4 anos dentro da creche. No material apreendido
na casa do advogado, os policiais encontraram fotografias de 2007 que
mostram ele e a professora abusando de outra menina.
Advogado foi preso em casa, suspeito de pedofilia, durante ação policial na manhã desta quarta-feira (27) no Rio (Foto: Reprodução/TV Globo) |
A delegada Cristiana Bento, titular da Dcav, disse que os crimes
ocorriam desde 2007. "Ela era professora e se utilizava desse seu ofício
para aliciar as crianças e oferecer a esse advogado. Temos várias
imagens dela enviando foto das crianças dentro da creche para o
advogado", explicou
Na delegacia, os dois negaram as acusações. Para o Jornal Nacional a
mulher negou ser aliciadora, mas ao ser perguntada sobre fotos em que
aparecia com crianças nuas ela disse que foi uma única vez. "Crianças,
não, uma única criança, só, foi uma única vez", disse.
Vale do Piancó Notícias com G1
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