sábado, 9 de abril de 2016

Doenças cardíacas

PESSOAS INFARTADAS SÃO CADA VEZ MAIS JOVENS E OBESAS

Resultado de imagem para ilustrações de infartado Embora tenhamos uma maior compreensão dos fatores de risco de doenças cardíacas e a necessidade de mudanças de estilo de vida, os pacientes que estão sendo acometidos pelo tipo mais grave de ataque cardíaco são cada vez mais jovens e mais obesos. Além disso, apresentam maiores probabilidades de terem fatores de risco preveníveis como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica, segundo um estudo a ser apresentado em breve no Congresso Americano de Cardiologia.
Esse novo estudo analisou fatores de risco de doenças cardíacas em mais de 3.900 pacientes que foram tratados de infarto do miocárdio com elevação do segmento ST – o tipo mais grave e mortal de um ataque cardíaco – na Clínica Cleveland, Estados Unidos, entre 1995 e 2014. Um ataque do coração com elevação do ST se produz quando uma das artérias principais do coração é bloqueada totalmente por placas, detendo o fluxo sanguíneo. O atendimento médico imediato pode aumentar as possibilidades de sobrevida, mas esse tipo de acometimento leva a um alto risco de morte e incapacitação. 
Apesar de alguns fatores de risco, como idade e antecedentes familiares serem pertinentes ao próprio indivíduo, muitos outros podem ser reduzidos através de opções de estilo de vida, como praticar atividade física, deixar de fumar e adotar uma dieta saudável para o coração. No estudo, observou-se que a idade do ataque cárdico foi reduzida em 4 anos (de 64 para 60 anos), a prevalência da obesidade aumentou em 9%, os diabéticos passaram de 24% para 31%, a pressão arterial elevada cresceu de 55% para 77% e a proporção de doença pulmonar obstrutiva crônica passou de 5% para 12%.
Um dos achados mais surpreendentes foi a mudança nas taxas de tabagismo na população estudada, que aumentou de 28% para 46%, um achado contrário as tendências dos Estados Unidos, que refletem uma diminuição geral das taxas de tabagismo nos últimos 20 anos. O estudo também revelou um aumento significativo na proporção de pacientes que possuíam três ou mais fatores de risco, que passou de 65% para 85%. Todos esses achados trazem mensagens fortes, tanto para a comunidade médica como para a população em geral.
Por João Modesto Filho
Médico, endocrinologista e imaginologista, é professor da UFPB, ex-presidente do CRM e da AMPB, membro da Academia Paraibana de Medicina, corregedor Nacional da SBEM e delegado Estadual da SBD. Doutorado pela USP e Pós doutorado na universidade de Nancy, França.

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