Dilma tenta reconciliação com Michel Temer, mas esbarra no PMDB
Ex-presidente Lula defende que Dilma valorize Temer e que ele volte a participar da articulação política no Congresso Nacional.
Por: Blog do Gordinho
O governo federal decidiu incorporar na política econômica medidas
sugeridas pelo documento “Uma ponte para o futuro”, programa lançado no
ano passado pelo PMDB, e pretende reabilitá-lo como principal
interlocutor do Palácio do Planalto com o partido aliado.
Em conversas reservadas, Lula defende que Dilma valorize Temer e que
ele volte a participar da articulação política no Congresso Nacional em
uma tentativa de evitar seu afastamento total do governo federal.
Na avaliação do Palácio do Planalto, o momento é favorável para um
armistício diante da aparente perda de força do processo de impeachment e
da queda de braço interna no PMDB pela presidência nacional da legenda.
Com o risco de ser retirado do comando da sigla, na convenção
nacional da legenda marcada para março, o vice-presidente colocou a
questão do impeachment em compasso de espera e decidiu se dedicar à
unidade da sigla, numa tentativa de evitar o fortalecimento de
movimentos que articulam sua saída do posto.
Em busca de uma reaproximação, a presidente tem repetido que o
episódio da carta enviada em dezembro por Temer com críticas a ela “foi
superado” e fez questão de telefonar para ele no Natal para desejar
felicidades. Em retribuição, o peemedebista ligou para a petista no Ano
Novo. Na carta desabafo, Temer disse que sempre teve “ciência da
absoluta desconfiança” da presidente em relação a ele e disse que passou
os primeiros quatros anos de governo como “vice decorativo”.
Na quarta-feira (6), o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner,
informou ao peemedebista que avalia com a equipe econômica formas de
inserir pontos da proposta do partido no plano elaborado para o início
deste ano que tem como objetivo retomar o crescimento do país.
O aceno tem como objetivo enfraquecer o apoio no partido ao processo
de impeachment e desarmar o discurso na sigla de favoráveis ao
afastamento da petista de que o PMDB não é culpado pela atual crise
econômica, uma vez que não havia sido até então chamado para participar
da elaboração de políticas governamentais.
Com a decisão da presidente, o vice-presidente entrou em contato com
dirigentes do partido para informar sobre a decisão da petista e marcar
encontros para discutir melhor as propostas econômicas. O aceno político
foi bem recebido por aliados e assessores de Temer, que o avaliariam
como a abertura de um canal de diálogo que pode evoluir a uma
reaproximação dos dois.
Na lista de medidas sugeridas pelo partido, a maior parte delas de
viés liberal, o Palácio do Planalto considera incorporar a fixação de
uma idade mínima para aposentadoria, a elaboração de uma agenda de
transparência e de avaliação dos impactos das iniciativas públicas e a
simplificação da carga tributária.
As três iniciativas já vinham sendo avaliadas pelo governo e não
fazem parte das medidas mais polêmicas do documento peemedebista, que
inclui, por exemplo, a redução do número de impostos e o fim da
indexação de benefícios ao salário mínimo.
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, também já demonstrou simpatia
por proposta de fixação de um limite para as despesas de custeio. No
documento, a ideia é que este limite fique inferior ao crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto).
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