Hugo Motta confirma que será candidato à liderança do PMDB na Câmara; “posso unir a bancada que está rachada”
Publicado por: Gutemberg Cardoso
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| Deputado Hugo Motta (PMDB-PB) – Zeca Ribeiro / Agência Câmara |
BRASÍLIA – Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o
deputado Hugo Motta (PMDB-PB) anunciou nesta quarta-feira sua
candidatura à liderança do PMDB. Com isso, ele será o terceiro nome na
disputa para o cargo, junto ao atual líder, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) –
que conta com o apoio do governo – e do deputado Leonardo Quintão
(PMDB-MG), que chegou a assumir o cargo por uma semana no ano passado,
em um episódio de rebelião dos oposicionistas no partido contra
Picciani.
A candidatura de Hugo Motta “nasceu” no gabinete de Eduardo Cunha,
que decidiu entrar de cabeça na disputa pela liderança do PMDB para
derrotar Picciani e articulou o lançamento de um terceiro nome que ajude
a dividir os votos para levar a disputa para o segundo turno. O
deputado negou, porém, ser o candidato de Eduardo Cunha.
– Não foi o Eduardo que pediu para eu ser candidato; eu é que pedi o
voto dele. Ele é um eleitor comum e vou buscar o apoio de todos – disse o
deputado, que negou uma tentativa de descolar sua candidatura da imagem
do presidente da Câmara, investigado na Lava-Jato.
Hugo Motta afirmou que decidiu lançar sua candidatura porque acredita
ter mais condições do que seus adversários de unir a bancada do PMDB,
que está rachada devido às posturas antagônicas em relação ao governo.
Segundo o deputado, sua candidatura não será nem alinhada ao governo,
nem à oposição.
– Não sou candidato nem a líder do governo, nem a líder da oposição.
Concluímos que nem Quintão, nem Picciani, terão capacidade de unir a
bancada. Transito bem dos dois lados e acho que posso fazer um bom
trabalho, respeitando as divergências da bancada, para fortalecermos o
PMDB e ajudarmos na recondução de Michel Temer à presidência do PMDB –
afirmou.
Hugo Motta, que se declarou contrário ao impeachment há alguns meses,
disse que sua posição “pessoal” sobre o tema não irá prevalecer sobre a
decisão da bancada. O deputado afirmou que, se eleito, indicará uma
comissão “eclética” para analisar o impeachment.
– Eu tive uma posição pessoal contra o impeachment. Mas, sendo eleito
líder, não posso deixar um pensamento pessoal se sobrepor à bancada. O
Picciani não respeitou as divergências internas da bancada. Impeachment e
CPMF serão temas que serão deliberados pela bancada e o partido é que
vai dizer qual será nosso posicionamento – disse.
O deputado esteve ontem com o ministro da Comunicação, Edinho Silva,
que questionou sobre o lançamento de sua candidatura. Na ocasião, Hugo
Motta, disse ao ministro que estava estudando a possibilidade, mas que
não havia decisão. O deputado ponderou junto a Edinho que o melhor para o
governo seria manter-se alijado desta eleição para evitar problemas
caso vença a disputa um dos candidatos que não teve o apoio do Palácio
do Planalto.
– O Planalto tem o direito, e na minha avaliação, se assim o fizer
estará errando, de apoiar uma só candidatura. Mas, com isso, ele fecha
portas para outras candidaturas que possam vencer a eleição. Entendo que
esses atores devem ficar fora do processo. Assim como não cabe à cúpula
do meu partido participar diretamente da disputa, também não cabe ao
governo interferir – pontuou.
Otimista, Hugo Motta acredita que o “carimbo” de candidato do Eduardo Cunha não afetará seu desempenho:
– Vou ganhar esta eleição, com ou sem esse carimbo – disse.
Além de criticar Picciani, o paraibano aproveitou para alfinetar
Leonardo Quintão, que não conseguiu unanimidade da bancada de Minas
Gerais sobre sua candidatura.
– Qualquer deputado que queira liderar, tem que primeiro sair de
casa, da sua base, com o apoio dos parlamentares da sua bancada –
concluiu Hugo Motta, que disse ter o apoio dos três deputados do seu
estado.

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