Candidato da oposição é assassinado durante comício na Venezuela
Um
dirigente da oposição venezuelana e candidato nas legislativas de 6 de
Dezembro foi assassinado a tiro na quarta-feira à noite, durante um
comício em Altagracia de Orituco.
Luis Manuel Díaz, secretário-geral de um ramo regional do partido Ação
Democrática, estava no palco e preparava-se para encerrar o comício
quando se ouviram tiros. O candidato foi transportado para o hospital,
mas morreu no caminho.
No palco, ao seu lado, estavam outros dirigentes e Lilian Tintori, a
mulher de um dos mais conhecidos líderes da oposição da Venezuela,
Leopoldo Lopéz, que está preso.
O político e advogado da oposição Ramos Allup acusou os "grupos armados"
do Partido Socialista Unido da Venezuela (no poder), no poder, de serem
os autores dos disparos, escreve o correspondente do jornal espanhol El
País na Venezuela. A mulher de Lopéz, Lilian Tintori, escreveu no
Twitter: "Denunciarei em pormenor o terror, o acosso e a violência do
regime". Tintori, que está a participar na campanha da oposição em
vários estados da Venezuela, disse que tem sido alvo de "acosso" e que
chegou a ser "retida" num aeroporto por elementos "oficalistas".
A Mesa de Unidade Democrática, que agrupa os partidos da oposição, que
concorrem juntos nas eleições, emitiu um comunicado acusando também as
autoridades oficiais de estarem a incentivar grupos armados e outros
ligados ao partido no poder a perturbarem a campanha através de atos de
intimidação. "Queremos dizer que o Estado venezuelano é responsável, por
acção e omissão, de qualquer acto de violência na Venezuela. O
incitamento à violência feito ao mais alto nível do Estado semeia o
ódio", diz o comunicado, citado pelo El País.
O dirigente do Primeiro Justiça, o ex-candidato presidencial Henrique
Capriles (perdeu as eleições de 2013 por 2% para Nicolás Maduro) também
denunciou o que considerou serem atropelos à campanha organizados pelo
"oficialismo".
A Unasur, organização que agrega 12 países sul-americanos e tem
observadores eleitorais na Venezuela, apelou ao fim da violência na
campanha eleitoral e pediu às autoridades que abram uma investigação à
morte de Díaz.
JUAN BARRETO/AFP
Publico.pt
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