Procurador pede autorização ao STF para investigar Delcídio, Renan e Jader
Por: Ivyna Souto
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira
(30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de mais dois
inquéritos na Operação Lava Jato para investigar os senadores Renan
Calheiros (PMDB-AL) – presidente do Senado – Delcídio do Amaral (PT-MS),
e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Em outro pedido, o chefe do Ministério Público quer investigar Renan,
Jader e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). Nas duas
solicitações de abertura de inquérito, as suspeitas são de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
Os pedidos estão em segredo de Justiça e se baseiam em petições
ocultas – procedimentos adotados no Supremo para manter em sigilo as
delações premiadas.
A delação homologada em data próxima à do pedido de investigação é a
do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, acusa de ser um dos
lobistas do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. O PMDB
nega a acusação.
Se os dois inquéritos forem abertos, Renan será alvo de cinco
inquéritos da Lava Jato. Delcídio do Amaral será investigado em duas
apurações.
Jader Barbalho até então não figurava na lista de investigados da
Operação Lava Jato. Se o Supremo autorizar a investigação, o total de
investigados na Operação Lava Jato vai a 68 – 23 deputados, 14
senadores, 1 ministro de Estado e 1 ministro do Tribunal de Contas da
União.
Atualmente, são 31 inquéritos abertos no Supremo e quatro pedidos de
abertura de inquérito pendentes – os dois que chegaram hoje e mais dois
contra o senador Fernando Collor de Mello, que chegaram há duas semanas.
Por meio da assessoria de imprensa, Renan Calheiros reiterou que suas
relações com as empresas públicas “nunca ultrapassaram os limites
institucionais” e que o senador “nunca autorizou, credenciou ou
consentiu” que seu nome fosse utilizado por terceiros
A assessoria do presidente do Senado informou, ainda, que ele já
prestou os esclarecimentos necessários, mas que está à disposição para
novos informações, se for o caso.
A assessoria de imprensa de Delcídio do Amaram informou ao G1 que o
advogado do senador precisará se inteirar do caso para divulgar um
posicionamento.
Procurado pelo G1, o senador Jader Barbalho informou desconhecer a
situação. “Estou tomando conhecimento por você. Não tenho nenhuma
manifestação a fazer por desconhecer qualquer razão [para abertura de
investigação]”.
O G1 tentou contato com a assessoria de Aníbal Gomes e com o advogado
dele, mas até a última atualização desta reportagem ainda não havia
obtido resposta.
G1
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