Dizendo-se constrangida, transexual processa boate após ter que pagar ingresso masculino
Uma
jovem transexual de Campinas (SP) entrou com um processo civil contra a
casa noturna Banana República após se sentir constrangida na entrada da
boate. Mesmo com a apresentação de um laudo psicológico que aponta sua
identidade feminina, Branca Bacci Brunelli diz ter sido obrigada a
comprar o ingresso masculino para entrar. O processo exige uma
indenização de R$ 15.575 por danos morais à dignidade humana da jovem.
“Ela
[atendente] começou a falar com a outra caixa me tratando no masculino.
Eu peguei meu laudo, que diz que eu tenho um transtorno de identidade
de gênero e explica que eu devo ser tratada como uma mulher. (…)
Mostrei, foi ignorado e acabei aceitando pagar como homem. Mas é muito
conveniente pra eles né, já que homem paga quase o dobro”, conta Branca.
Segundo
o presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da
OAB Campinas, Tacílio Alves da Silva, Branca não precisaria nem ter
apresentado o laudo para ser tratada com o gênero com o qual se
identifica.
“Sem dúvida nenhuma foi uma violação (…) O laudo é
algo a mais e geralmente é exigido em ações judiciais na troca de nome.
Em uma situação de consumo isso só representa a discriminação feita pela
boate”, afirma.
A direção da boate informou, independentemente do
processo, que vai adotar mudanças na cobrança dos ingressos para que
transexuais paguem segundo o gênero. “A gente vai ter que readequar,
para não ter esse tipo de constrangimento. Mediante a situação de laudo,
vou providenciar o ingresso [segundo o gênero]”, afirma o diretor
artístico da boate Banana República, Emerson Correa.
G1
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