Lula e Dilma se reúnem para traçar estratégia para enfrentar a crise
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu um encontro particular
com sua sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff, para este sábado
(15) em Brasília. Os dois tomaram café da manhã juntos para definir as
próximas iniciativas do PT e do governo para superar a crise.
Desde
a semana passada, Lula tem dito a aliados que preferia encontrar Dilma a
sós, para uma conversa “sem testemunhas”, o que dificultaria o
vazamento de versões sobre o diálogo dos dois.
Para
combater a baixíssima popularidade do governo –apenas 8% aprovam a
gestão de Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha–, o ex-presidente
pediu que a petista mantenha a agenda de viagens pelo país,
principalmente para as regiões do nordeste, reduto histórico de votos do
PT, onde Dilma tem perdido apoio.
Nos
últimos dias, a presidente fez um périplo de inaugurações e eventos com
movimentos sociais, e passou por Roraima, Maranhão e Bahia. O giro pelo
país é pouco comum em sua agenda oficial mas é estimulado por Lula, que
defende que Dilma “saia do gabinete para não se tornar mais um elemento
da crise”.
O
ex-presidente, que também vai viajar pelo Brasil para recuperar a sua
imagem e a do PT, abaladas com as investigações da Operação Lava Jato,
esteve duas vezes em Brasília esta semana, onde participou da abertura
da Marcha das Margaridas e de um evento sobre educação promovido pelo
PT.
Na
avaliação de Lula, Dilma precisa se aproximar mais dos movimentos
sociais e intensificar o diálogo com o Congresso para evitar o
agravamento da crise. Ele reconhece que o afastamento do PT de suas
bases foi um dos grandes erros dos governos petistas, acentuado agora,
na gestão da sucessora.
O
ex-presidente foi um dos principais entusiastas da aproximação entre o
Planalto e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nesta
semana, o peemedebista apresentou um pacote de reformas para retomar o
crescimento econômico que foi celebrado por Dilma como “a agenda
positiva para o Brasil”.
O
governo avalia que o ambiente político melhorou após a aliança com o
Senado mas, segundo a Folha apurou, Lula acredita que é hora de fazer
novos movimentos.
A
relação entre o ex-presidente e Dilma estava abalada nos últimos meses.
Os dois tinham abandonado inclusive o hábito de conversar por telefone a
cada dez ou quinze dias depois que Lula criticou publicamente a gestão
da sucessora, chamando-a de “governo de mudos”.
Nas últimas semanas, porém, ambos têm ensaiado uma reaproximação.
Folha
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