Youssef diz que dinheiro para caixa 2 era entregue a Vaccari e Dirceu

As declarações foram prestadas em 24 de setembro do ano passado e
enviadas, em regime de segredo de justiça, ao Supremo Tribunal Federal
(STF), por conterem citações a políticos com foro privilegiado.
O G1 procurou as assessoria de Dirceu e Vaccari. Em
ocasiões anteriores, ambos sempre negaram que tivessem relação com
irregularidades investigadas na Lava Jato.
Os documentos tiveram o sigilo retirado por Teori Zavascki na última
sexta (6), quando o ministro abriu inquérito para investigar 49 pessoas,
entre elas 47 autoridades com indícios de envolvimento no escândalo da
Petrobras.
Suspeito de operar o esquema de pagamento de propina na estatal,
Youssef aceitou colaborar com as investigações da Operação Lava Jato em
troca de redução da pena.
Em um dos trechos da delação premiada, o doleiro afirma que Júlio
Camargo, suposto operador das empresas Mtisue Toyo e Camargo Correa no
esquema de corrupção da Petrobras, distribuía dinheiro pago pelas duas
empresas para o PP e o PT.
De acordo com Youssef, Júlio Camargo utilizava contas no exterior
para depositar dinheiro da Toyo e Camargo Correa destinado o caixa dois
de campanha desses partidos. Os recursos eram repassados ao doleiro, que
entregava parte dos valores, em “reais vivos”, a um homem chamado
“Franco”, em São Paulo. Conforme Youssef, esse dinheiro era, então,
repassado ao PT “nas pessoas” de João Vaccari Neto e José Dirceu.
Outra parte dos recursos do esquema era entregue pelo doleiro, no Rio
de Janeiro, a uma mulher chamada Fátima, que seria funcionária de Júlio
Camargo. O valor era repassado posteriormente, segundo Yousseff, a
título de “comissão” ao ex-direitor de Serviços da Petrobras Renato
Duque, indicado pelo PT para o cargo.
“O dinheiro entregue por Alberto Youssef em São Paulo servia para
pagamentos da CAMARGO CORREIA e TOYO ao PARTIDO dos TRABALHADORES, nas
pessoas de João Vaccari e José Dirceu. Já o dinheiro entregue por
Alberto Youssef no Rio de janeiro eram pagamentos devidos ao Renato
Duque e outros, referentes ao comissionamento das obras realizadas pela
CAMARGO CORREIA e TOYO”, diz trecho da delação premiada.
O doleiro afirma ainda, nos depoimentos ao Ministério Público, que
Dirceu tinha uma “relação de negócios e de amizade” com Júlio Camargo.
Segundo ele, o ex-ministro da Casa Civil utilizava um jatinho do suposto
operador da Toyo e da Camargo Correa no esquema de corrupção.
“Júlio Camargo tinha relacionamento de negócios e amizade tanto com
José Dirceu quanto com Renato Duque. Tanto é assim que José Dirceu
utilizava o avião de Júlio Camargo, Um avião modelo Citation Excel.
Franco, homem de confiança de Julio Camargo, tem um pen drive com todas
as movimentações financeiras de Júlio Camargo. Neste pen drive, a sigla
referente a pessoa de JOSE DIRCEU é BOB”, afirmou Yousseff.
G1
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