Clarões nos céus assustam moradores de cidades da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte; veja vídeos
Fenômeno deve ter sido causado por queda de um bólido, que pode ser formado por um meteoro ou por lixo espacial
Fenômeno deve ter sido causado por meteoro ou por lixo espacial
Um clarão no céu da Região
Metropolitana de João Pessoa, na noite da quarta-feira (15), deixou
moradores assustados. Segundo a Sociedade Astronômica do Recife (SAR), a
alta luminosidade foi provocada por um bólido, um grande meteoro que
possivelmente veio de uma chuva de meteoros da constelação de Orion.
Para o Observatório Alto da Sé, em Olinda (PE), o bólido pode ser
formado por um meteoro ou lixo espacial. Na manhã desta quinta-feira
(16), os comentários nas redes sociais sobre o fenômeno eram recorrentes
e muitas pessoas afirmavam também terem visto o clarão em Pernambuco,
Alagoas e no Rio Grande do Norte.
Nas imagens das câmeras de monitoramento da Companhia de Trânsito e
Transporte Urbano (CTTU) é possível ver o exato momento em que o clarão
toma conta do céu, às 22h19 da noite da quarta-feira. As imagens mostram
a Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Recife, na
área central da cidade. O vídeo mostra o fenômeno duas vezes, sendo a
segunda em câmera lenta.
De acordo com o coordenador do Observatório Alto da Sé, Alexandre
Evangelista, a queda do bólido foi registrada por volta das 22h30 e foi
possível ver na RMR e outras localidades do estado. "Não temos registros
porque foi tarde e em dia de semana. Chamamos de bólido quando pode ser
proveniente de um meteoro ou lixo espacial. Para ter a confirmação é
preciso fazer um estudo das imagens, checar se ficaram vestígios sólidos
no solo", afirma. Também chamado de bola de fogo, o fenômeno foi visto
pela última vez pelo Observatório em 2012. "Caiu próximo da praia de
Maragogi, em alto mar. Foi visível no sul da Paraíba, Pernambuco e até
Alagoas", lembra Evangelista.
Segundo astrônomo Everaldo Faustino, da SAR, o bólido era composto por
um meteoro. Ele conta que os meteoros costumam cair todos os dias, mas
não com essa magnitude de brilho. “O que conhecemos por estrela cadente
são, na verdade, meteoros se desprendendo de constelações, ou se
deslocando no espaço. O bólido é nada mais que um grande meteoro. Devido
à grande velocidade que ele entrou na atmosfera, eles aquecem, tem o
impacto e o contato com o ar daqui, que é diferente do vácuo onde eles
estavam. Ele atinge uma temperatura alta e, a partir disso, eles emitem
luz”, explica.
Alguns podem atingir o tamanho de um carro, mas o bólido que caiu na
quarta deve ter um tamanho pequeno, segundo Faustino. “A gente não sabe
se ele chegou a cair no solo ou se veio fragmentado, se desintegrou. Não
é comum cair em zonas urbanas, temos pouquíssimos relatos de terem
caído em cima de casas ou pessoas. É provável que esse, se tiver caído,
tenha caído no mar”, aponta o astrônomo.
Ainda de acordo com Everaldo Faustino, não é comum a queda de um bólido,
principalmente com o brilho do que foi registrado. “Pesquisadores já
tinham visto a data específica que iria ter uma chuva de meteoros, a
chamada orionídeo”, afirma. Ele explica que o radiante – ponto onde os
meteoros “nascem” – dos orionídeos é a constelação de Orion, à qual a
chuva faz referência. “Existem várias chuvas de meteoros no ano, mas tem
algumas que são excepcionais, como o orionídeo. A gente não esperava
que caíssem com essa intensidade de brilho”, conclui o astrônomo.
Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário