BMW terá de pagar R$ 400 milhões por acidente que matou cantor João Paulo

João
Paulo morreu carbonizado após a sua BMW 328i/A capotar e explodir na
Rodovia dos Bandeirantes (no quilômetro 40, no município de Franco da
Rocha, na Grande São Paulo), em 12 de setembro de 1997.
A
montadora, que ainda pode recorrer, também terá de pagar honorários de
10% da ação aos advogados da família e dar um veículo da marca com o
valor em torno de R$ 500 mil (similar ao modelo do acidente, com
acréscimo de juros e correção monetária).
Em janeiro passado, o
juiz responsável pelo caso aceitou o recurso da montadora (que já havia
sido condenada a pagar R$ 350 milhões) e remeteu o processo ao TJ-SP. A
decisão desta segunda-feira (20) foi favorável à viúva, autora da ação.
"A
primeira perícia foi realizada no ano do acidente. Naquela época, não
havia conhecimento técnico suficiente para verificar as causas. Ninguém
sabia o que era um freio ABS ou air bag. Discordamos da decisão
anterior, que culpava o cantor por estar em alta velocidade, o que não
se comprovou. Por esse motivo pedimos uma nova perícia", diz o advogado
da viúva, Edilberto Acácio da Silva.
A segunda perícia foi refeita
em 2013 por um perito nomeado pelo juiz e dois assistentes técnicos,
representantes das partes, que podiam questionar a análise durante a
verificação. Constatou-se que o estouro do pneu levou à perda do
controle do veículo que foi lançado para o canteiro central, resultando
no capotamento e no incêndio. Assim, a Justiça entendeu que o acidente
foi causado pelo estouro e não pelo excesso de velocidade, tese
defendida pela montadora.
Por meio de assessoria de comunicação, a
BMW informou que a decisão ainda não é final e que faz todo o
acompanhamento na Justiça.
Ao iG, o advogado da
viúva de João Paulo afirma que o montante da indenização é recorde no
Brasil. "É melhor a BMW fazer um acordo e pagar o que a Justiça
determinou hoje do que arranhar a sua imagem. Ficou comprovado que o
defeito do produto BMW causou o acidente."
A viúva de João Paulo,
Roseni, vive hoje em um apartamento alugado em Ribeirão Preto (interior
paulista). A filha do casal, Jéssica, tinha quatro anos na época do
acidente que matou seu pai.
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