OAB-DF decide conceder registro de advogado a Joaquim Barbosa
Ibaneis Rocha, presidente da OAB-DF, havia contestado a solicitação feita para reativar o registro de Barbosa
A Comissão de Seleção da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal decidiu nesta
segunda-feira (20) conceder registro de advogado ao ministro aposentado
do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
O presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, havia contestado a solicitação
feita para reativar o registro alegando que Barbosa feriu o Estatuto da
Advocacia quando foi presidente do STF.
Durante sua gestão como presidente do Supremo e do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), o ministro se envolveu em diversas polêmicas com
advogados. Uma delas, usada como argumento do presidente da OAB-DF, foi
quando classificou como "arranjo entre amigos" a proposta de trabalho
oferecida pelo advogado José Gerardo Grossi ao ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu.
Em outro episódio, no qual Barbosa também foi criticado, o ministro
expulsou do plenário do Supremo o advogado do petista José Genoino, Luiz
Fernando Pacheco. Barbosa também criticou advogados que atuam como
juízes eleitorais e afirmou que participam de "conluio" com magistrados.
Ao conceder o registro a Barbosa, a Comissão de Seleção da OAB-DF
avaliou que a postura de Barbosa em relação aos advogados foi
"lamentável", mas entendeu que Barbosa preencheu os requisitos para ter a
reativação do registro da OAB. Na decisão, o conselheiro Maximiliam
Patriota Carneiro, relator do processo de registro, disse que os fatos
relatados na impugnação "retratam absoluta falta de verniz, de postura
lhana, do impugnado, quando se reportava à classe dos advogados".
Ele afirmou ainda que era "lamentável" a postura de Barbosa e que ele
"flertou com a ilegalidade". Mas, para o relator, os fatos não se
enquadram no conceito de inidoneidade. Assim, o pedido de reinscrição
foi acolhido.
Procurado pelo G1, Ibaneis Rocha afirmou que foi informado da decisão,
mas ainda não leu todo o teor. Ele afirmou que ainda vai avaliar se
recorre da concessão do registro.
"A situação principal, na minha opinião, é ele demonstrar que tem
interesse e apreço pela profissão", disse, destacando que vai avaliar os
argumentos contidos na petição do ministro aposentado no processo de
solicitação do registro.
Qualquer advogado pode recorrer à própria OAB-DF e, posteriormente, ao
Conselho Federal da OAB. Em nota enviada ao G1 na semana passada, o
presidente da OAB nacional, Marcus Vinicius, indicou que a entidade
derrubaria eventual decisão contrária a Barbosa.
“Aguardamos que a própria seccional possa resolver o tema, mas caso isso
não ocorra, o Conselho Federal da OAB está à disposição para apreciar o
recurso, respeitando os direitos do cidadão e fazendo imperar o ‘rule
of law’ - Estado de Direito, compromisso maior e histórico da OAB.
Segundo a Constituição da Republica, o exercício profissional é livre no
Brasil, bastando o cumprimento das condições previstas em lei”, disse.
G1

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