San Lorenzo é campeão da Libertadores
Durante
anos, os rivais do San Lorenzo brincaram com a sigla do nome do clube,
CASLA (Club Atlético San Lorenzo de Almagro). Diziam, maldosos, que ela
significava Clube Argentino Sem Libertadores da América. Pois agora não
podem dizer mais. Com vitória de 1 a 0 sobre o Nacional
do Paraguai, na noite desta quarta-feira, no estádio Nuevo Gasómetro,
em Buenos Aires, o Ciclón entrou para o grupo dos campeões continentais -
no qual já estavam os demais integrantes dos chamados cinco grandes
argentinos: Boca Juniors, River Plate, Independiente e Racing, além do
Estudiantes. Ortigoza, de pênalti, fez o gol do título.
Foi um sufoco. O San Lorenzo jogou mal, se mostrou extremamente nervoso,
sentiu a falta de Piatti, seu melhor jogador na Libertadores, e poderia
ter perdido para o Nacional. O time paraguaio foi melhor no primeiro tempo
e chegou a acertar a trave dos argentinos. Mas falhou ao ceder um
pênalti bobo ao rival.
A conquista inédita levou às lágrimas jogadores e torcedores do San
Lorenzo. Romagnoli, possível reforço do Bahia, saiu de campo aplaudido
de pé pela torcida, em meio a lágrimas. Com o título, o time para o qual
torce o Papa Francisco está garantido no Mundial de Clubes, em
dezembro, no Marrocos.
O jogo
O momento mágico vivido pelo Nacional ganhou tons sobrenaturais com a
atuação da equipe no primeiro tempo. Soa quase inacreditável, mas a
verdade é que o time paraguaio foi melhor do que o San Lorenzo - muito
mais tradicional. Merecia ter saído na frente. Mas acabou castigado por
uma dessas injustiças do futebol.
Logo no primeiro minuto, o Nacional fez a bola beijar a trave argentina.
Mercier errou feio e foi desarmado no meio-campo. No contra-ataque, a
trama resultou em chute de Orué, no poste à esquerda de Torrico. O lance
assustou o Nuevo Gasómetro. E não foi ocasional. O time de Assunção
teve outros três momentos de perigo, em chutes colocados de fora da
área, sempre rentes à meta da equipe de Buenos Aires.
O Ciclón foi uma sucessão de equívocos: muita afobação, muito
nervosismo, muitos erros em lances simples. Teve a bola, mas não soube
como lidar com ela. E aí teve a ajuda do Nacional. Coronel, um dos
melhores jogadores do time paraguaio, abriu os braços dentro da área em
tentativa de cruzamento de Cauteruccio. Pênalti. Ortigoza partiu para a
cobrança e não perdoou: 1 a 0.
No segundo tempo, o San Lorenzo conseguiu segurar bem a onda do
Nacional, que passou a esticar o jogo e a explorar jogadas aéreas, sem
grande sucesso. Em uma delas, porém, quase saiu o gol paraguaio. Bareiro
mandou por cima ao pegar rebote. Mas foi pouco. Incapaz de pressionar o
adversário, coube ao pequeno clube de Assunção ser o coadjuvante da
grande festa do San Lorenzo, finalmente campeão da Libertadores da
América.
G1
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