Waldson de Sousa culpa Samu por retenção de macas no Trauma, mas coordenador do serviço contesta secretário
Fantástico, da Globo, divulgou matéria denunciando que macas do Samu estão sendo usadas com leitos em hospitais
Os serviços de socorro nos
hospitais públicos brasileiros foram tema de reportagem especial, na
noite deste domingo (10), do programa Fantástico, da Rede Globo de
televisão. Segundo a matéria, “ambulâncias do Samu novas, com equipes
treinadas, passam horas sem socorrer ninguém, por falta de macas”.
O hospital de Trauma de Campina Grande foi citado na matéria do
Fantástico. No final do mês passado, a morte de um jovem paraibano, que
faleceu após não conseguir atendimento do Samu, por suposta falta de
maca, foi destaque na mídia nacional. Segundo matéria da TV UOL, do
Portal Uol, e do SBT, a unidade de socorro foi acionada, mas não chegou a
tempo, porque as macas estavam retidas no Hospital de Trauma de João
Pessoa.
Segundo a matéria, as macas das ambulâncias estão sendo improvisadas como leitos hospitalares comuns.
Em Campina Grande, o Samu é coordenado pelo município. O Hospital de
Traumas é de responsabilidade do governo da Paraíba. Na matéria, o
secretário estadual de Saúde, Waldson de Sousa, disse que as macas ficam
presas, porque o Samu manda pacientes para lá que poderiam ir para
unidades mais simples e não avisa os médicos.
“Na medida em que você tem uma ambulância direcionada a qualquer serviço
sem ter a regulação médica, sem preparar o hospital, obviamente que
essa ambulância, ela terá que esperar a liberação da maca. Essa
responsabilidade não pode ser do hospital, ela não deve ser do hospital.
É como se você tivesse preparado para receber cinco pessoas na sua casa
para almoçar e chegar 50”, afirma o secretário de Saúde da Paraíba,
Waldson de Sousa.
O coordenador do Samu de Campina Grande, Hermano Barbosa de Lima,
contesta a informação do secretário. “Eles acham que a gente sempre
coloca o paciente lá, o que não é uma verdade. Nós trabalhamos aqui com
uma grade de referência hospitalar. A gente tenta poupar a todo momento,
colocar paciente que pode ficar em outro hospital ao invés de colocar
lá no trauma”, afirma o médico.
No começo de julho, a retenção de macas teria levado à morte de um
senhor em Campina Grande. “Perdi meu pai. Eu não gosto nem de pensar. Eu
me humilhando, entendeu? E só escutando, só escutando, escutando e
nada. Pedindo ambulância”, conta Francisco Rodrigues Filho, filho da
vítima.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério de Saúde, Fausto Pereira
dos Santos, afirma que “a retenção da maca impede o correto
funcionamento da ambulância. “Então, isso não é permitido, isso não é
admitido”, afirmou.
O Samu foi criado em 2004 pelo Governo Federal para prestar socorro em
casos de emergência. Mais de 70% dos brasileiros têm acesso ao serviço,
por meio do telefone gratuito 192. O Ministério da Saúde define as
regras para o seu funcionamento. E, dependendo do lugar, são as
prefeituras ou os governos estaduais que fazem a coordenação no dia a
dia.
“O Samu faz o primeiro atendimento e leva o paciente para o hospital
mais adequado para aquela condição. E deve imediatamente retornar ao seu
ponto de origem para fazer um novo atendimento”, diz o secretário de
Atenção à Saúde do Ministério de Saúde.
MaisPB com Fantástico
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