O
marqueteiro Fernando Velloso, escolhido para fazer a campanha eleitoral
do governador Ricardo Coutinho (PSB), que disputa a reeleição, abriu a
‘caixa preta’ dos bastidores que resultaram em sua saída da
coordenadoria de Comunicação do socialista.
As revelações de Fernando Velloso vão
desde a falta de pagamento do seu trabalho ao amadorismo das pessoas que
o governador escolheu para estar na linha de frente de sua candidatura
na tentativa de voltar ao Palácio da Redenção.
Uma declaração de Velloso que chamou a
atenção foi referente à falta de pagamento dos quatro meses em que ficou
responsável pela imagem de Ricardo. Em seu depoimento, ele afirma
taxativamente que não aceitaria receber dinheiro de Caixa 2 de campanha.
“Pagamento se faz e se prova que se fez. Eu não vou receber trabalho de
campanha de caixa 2. Não receberei em espécie. Desde a hora que
cheguei, eu teria um contrato e teria os pagamentos feitos em conta
corrente. Até hoje não foi feito. Isso é um golpe, é um trambique. Vou
cobrar na justiça até o último centavo. Vou buscar e eles não provam que
me pagaram nem um tostão”, declarou.
O marqueteiro se queixou também do
amadorismo do radialista Célio Alves, que também trabalha na coordenação
da campanha de Ricardo Coutinho. Ele criticou a postura do comunicador
sobre a fabricação de uma ‘pegadinha’ para tentar incriminar o candidato
do PSDB, Cássio Cunha Lima. “Eu fiquei irritadíssimo, dar uma coletiva
dizendo que era um escândalo que ia anunciar e não era coisa nenhuma,
era uma pegadinha de telefone celular. Eu disse, moço: como é que se
apresenta o diabo de um fato como uma denúncia sem provar nada? E o
coordenador, ao invés de levar as provas, tratou de agredir um
radialista que fez a primeira pergunta a ele. A coletiva não aguentou
uma pergunta”, disparou ao lamentar a falta de experiência de Célio
Alves. “Como a pessoa comanda uma campanha desse tamanho, de governador,
sem ter experiência de ter comandado uma campanha de vereador?”,
indagou.
As revelações de Fernando Velloso não
pararam por aí. Em uma parte da entrevista, ele afirma que o governador
não aceitava sugestões para melhorar sua imagem. “Não tem consultoria
que funcione, né, amigo. São erros políticos gravíssimos que o governo
vem cometendo e eu apontei esses erros. Tem correspondência minha
apontando os erros e as pessoas não gostam e começou a ter dificuldades
dentro do comando da campanha, de relacionamentos, porque eu passei a
entender que é um negócio complicado. Ninguém fala, ninguém dá sugestão,
nem aponta os erros. É meu dever fazer isso, não é verdade”, desabafou
ao lamentar as crises freqüentes da gestão. “O candidato briga com o
vice, briga com os deputados, briga com o mundo todo, briga com quem até
já morreu. O candidato deu uma entrevista aí outro dia batendo no
ex-governador que é falecido há anos. Onde danado você já viu a pessoa
bater em quem já tá morto? O morto se defende? Briga com o prefeito de
Campina Grande, o que é que eu to dizendo? Eu escrevo para o governador
dizendo “governar é corrigir”, ensinou Confúcio. O prefeito está dizendo
que o senhor discrimina prefeito? Chame o prefeito para o Palácio e
receba. O prefeito vai perder o discurso. Se o senhor disser: não tem
essa dificuldade não, eu governo para todos. Prefeito Romero, venha ao
gabinete amanhã que eu lhe recebo. É um gesto de grandeza do governador.
Ele ficou irritadíssimo com essa minha sugestão”, sustentou.
Confira a íntegra da entrevista do marqueteiro Fernando Velloso.
Falta de pagamento
Na verdade, a minha expectativa era de
que a Assessoria da campanha pudesse colocar de forma clara para a
opinião pública as razões claras desse destrato. Na verdade, a gente
teve dificuldade com a coordenação da campanha, do ponto de vista de
estratégia, de visão, do que deveria ser feito, e a campanha não honrou,
até agora, quatro meses de trabalho que venho fazendo e cobrando
insistentemente. Então, houve uma apropriação do trabalho que foi feito.
O governo e o candidato se beneficiaram disso. Todo o planejamento da
campanha política está pronto e sendo produzido, e aí, nessa hora, eles
não pagam, e eles tentam fazer a campanha. A mim vão pagar porque vou
colocar na Justiça. Não pagaram nem um tostão. Pagamento se faz e se
prova que se fez. Eu não vou receber trabalho de campanha de caixa 2.
Não receberei em espécie. Desde a hora que cheguei, eu teria um contrato
e teria os pagamentos feitos em conta corrente. Até hoje não foi feito.
Isso é um golpe, é um trambique. Vou cobrar na justiça até o último
centavo. Vou buscar e eles não provam que me pagaram nem um tostão.
Crises do governo Ricardo Coutinho
Elevamos a aprovação do governo que faz
tudo errado, faz pra não subir. Nesse período, o governo não ajudou e o
candidato também não ajudou. E o governo não ajudou porque é uma usina
de crise. É crise na UEPB, é crise nos hospitais, é crise na segurança, é
crise na relação com a classe política, é crise com o vice-governador
O candidato briga com o vice, briga com
os deputados, briga com o mundo todo, briga com quem até já morreu. O
candidato deu uma entrevista aí outro dia batendo no ex-governador que é
falecido há anos. Onde danado você já viu a pessoa bater em quem já tá
morto? O morto se defende? Briga com o prefeito de Campina Grande, o que
é que eu to dizendo? Eu escrevo para o governador dizendo “governar é
corrigir”, ensinou Confúcio. O prefeito está dizendo que o senhor
discrimina prefeito? Chame o prefeito para o Palácio e receba. O
prefeito vai perder o discurso. Se o senhor disser: não tem essa
dificuldade não, eu governo para todos. Prefeito Romero, venha ao
gabinete amanhã que eu lhe recebo. É um gesto de grandeza do governador.
Ele ficou irritadíssimo com essa minha sugestão. Aí não tem consultoria
que funcione, né, amigo. São erros políticos gravíssimos que o governo
vem cometendo e eu apontei esses erros. Tem correspondência minha
apontando os erros e as pessoas não gostam e começou a ter dificuldades
dentro do comando da campanha, de relacionamentos, porque eu passei a
entender que é um negócio complicado. Ninguém fala, ninguém dá sugestão,
nem aponta os erros. É meu dever fazer isso, não é verdade
Trabalho como marqueteiro de Ricardo Coutinho
O mais absolutamente ridículo que eu vi
no material que divulgaram é que não havia, da campanha, a aprovação ao
desempenho do nosso trabalho. A campanha criou todas as dificuldades
depois que o trabalho estava todo prontinho, todo arrumado e eles estão
usando depois que posicionamos corretamente o governo, e o governo,
timidamente, subiu. Quando começou, agora, vamos montar a equipe de
televisão, aí a produtora não montou nada como eu orientei, fizeram uma
equipe fraca, uma equipe amadora. Não vai a canta nenhum. Eu,
pessoalmente, quero dizer que saio satisfeitíssimo por ter conseguido um
êxito extraordinário.
O amadorismo da Coordenação da campanha e críticas a Célio Alves
O coordenador geral que criaram aí quer
que a gente faça panfleto de campanha para sujar as ruas. Isso é de uma
bobagem sem comparação. É um radialista que foi ali outro dia e eu
fiquei irritadíssimo, dar uma coletiva dizendo que era um escândalo que
ia anunciar e não era coisa nenhuma, era uma pegadinha de telefone
celular. Eu disse, moço: como é que se apresenta o diabo de um fato como
uma denúncia sem provar nada? E o coordenador, ao invés de levar as
provas, tratou de agredir um radialista que fez a primeira pergunta a
ele. A coletiva não aguentou uma pergunta. Como é que você chega a
coordenar uma campanha de governador? Depois de você coordenar várias
campanhas de deputados, fazer parte de equipes, ter experiência, ir lá e
fazer o cargo maior. Ninguém entra como general no Exército, o sujeito
entra como recruta. Então, como a pessoa comanda uma campanha desse
tamanho, de governador, sem ter experiência de ter comandado uma
campanha de vereador? O radialista, acho que Célio Alves, não é esse o
nome dele?
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