quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Hospital do Trauma

Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa, foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio. Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat), apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB. Contato: heroncid@gmail.com



PELA METADE


Foi, no mínimo, curioso ouvir o governador Ricardo Coutinho culpar ontem a gestão municipal do PSDB, hoje seu adversário, pela superlotação do Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga de Campina Grande, problema que culmina com outro: a retenção de macas e o entrave do Samu.

Até onde consta, o excesso de atendimentos na unidade de saúde campinense existe bem antes do rompimento do governador com o clã Cunha Lima, incluindo o prefeito Romero Rodrigues. E não se tem notícia de qualquer declaração semelhante de Ricardo quando vivia em lua de mel com os ex-aliados.

Antes, quando o prefeito de Campina Grande era Veneziano Vital, o governador também acusava a gestão municipal de uma ineficiência responsável pela superlotação do Trauma. Romero virou prefeito e as críticas de Ricardo cessaram. Até que veio o rompimento e a conversa mudou de tom.

O governador, porém, está certo quando diz que a situação não se resume a falta de macas, porque o Estado não teria dificuldades de comprá-la, imagina-se. A questão passa, obviamente, pela fragilidade do sistema, demanda além da conta e, por último, pelas falhas na regulação, provocando o caos; no Trauma e no Samu.

O que surpreende, entretanto, é o caráter seletivo do socialista ao tratar uma questão tão séria, aproveitando a ocasião para desviar a crise para o campo político. Esqueceu Ricardo que idêntico ou pior quadro ocorre no Trauma de João Pessoa, igualmente lotado e famoso por reter macas do Samu.

Nem por isso, Ricardo culpou, responsabilizou ou transferiu para a gestão da Capital. Talvez porque o prefeito Luciano Cartaxo é hoje um aliado importante no seu projeto de reeleição.

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