Casos de infarto aumentam 30% no tempo frio
O mecanismo fisiológico para uma pessoa infartar não é muito complexo: basta as artérias que enviam sangue ao coração serem obstruídas por alguma razão – a causa mais comum são placas de gordura acumuladas ao longo da vida – que o sangue não passa, o coração não recebe o líquido vital com oxigênio e sofre danos sérios que podem levar à morte. O problema é que, com o frio, o risco aumenta em 30%.
O porcentual se eleva
porque, quando a temperatura diminui, o organismo contrai as artérias
para se manter aquecido. Com isso, o sangue não tem tanto espaço para
circular, o que é chamado de vasoconstrição. Nessa condição, o sangue
precisa fazer mais pressão para circular - a pressão alta - e,
dependendo do caso, pode não sobrar espaço para circulação. Se a
passagem for totalmente obstruída, acontece o infarto.
Quem já tem problemas coronários, é tabagista, sedentário, tem diabetes ou colesterol alto, deve redobrar o cuidado.
Idade e hereditariedade
O cardiologista explica,
no entanto, que há fatores de risco incontroláveis. “Não podemos lutar
contra a idade e hereditariedade”, explica Jardim. A idade começa a
pesar a partir dos 55 anos para os homens e 65 anos para as mulheres.
Quem tem propensão
genética a ter infarto – mãe com menos de 65 anos, pai ou irmão com
menos de 55 anos que já tiveram esse evento cardiovascular – deve ficar
ainda mais alerta.
Infográfico: O infarto do novo século
Além dos bons hábitos,
para verificar se o coração está funcionando bem e se há artérias em
processo de entupimento é essencial visitar um cardiologista. “Existem
exames diretos e indiretos que mostram como está a saúde das coronárias.
O teste ergométrico, por suposição, sinaliza ao cardiologista como anda
o coração. A cintilografia também mostra, de maneira indireta, como
anda a irrigação do coração”, explica o cardiologista do HCor. “A
tomografia de coronárias consegue mostrar, diretamente, se há
entupimento das artérias”.
Leia mais: Depressão aumenta o risco de infarto
O problema é que, uma
vez “engordurada”, um artéria não volta ao normal sem uma faxina mais
invasiva. A angioplastia é o procedimento que, por meio de um cateter,
desobstrui as artérias e permite a implantação do stent, para manter a artéria aberta.
Estudos mostram que o processo aterosclerótico, que é quando as gordurinhas começam a se depositar dentro das artérias, começa
ainda na infância, levantando a bandeira para a importância de uma
alimentação saudável aliada a exercícios físicos desde muito cedo.
IG
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