Lingeries de Pâmela ganham destaque nacional enquanto Ricardo Coutinho enfrenta turbulência com aliados
Quem
diria, as lingeries da primeira-dama Pâmela Bório ganharam mais
destaque na revista Congresso em Foco do que a política da Paraíba,
mesmo em meio à ebulição dos últimos dias na reta final das convenções
partidárias. Pâmela foi capa da revista, como “A primeira dama mais
polêmica do Brasil”, pela ousadia de expor “camisolas e conjuntos de
calcinha e sutiã” em seu Instagram.
Segundo a reportagem, a
primeira dama gosta mesmo de se expor: “Das roupas íntimas à franja para
disfarçar “galo” na testa, passando por pé fraturado, tudo vai pra
rede.” Pâmela é apresentada como uma personagem high tech, que rompe com
a forma tradicional das primeiras damas se comportarem: “Pâmela
incomoda porque é uma figura pública de quem se espera comportamento
mais contido.”
Segue a reportagem da revista:
“O
comportamento dela na internet não é muito diferente do que se vê por
aí. A moça de 30 anos abastece constantemente seus perfis nas redes
sociais – com frequência, mais de uma vez no dia. Ultimamente, seu tema
principal é o trabalho. De vez em quando, comenta as notícias, fala de
política, desabafa sobre o machismo, divulga mensagens religiosas.
Compartilha o novo corte de cabelo, a roupa do dia, a arrumação da mesa
para uma refeição especial, o beijo na boca do marido, a fofura do filho
de três anos.
Nada fora do padrão do que se publica nas
mídias sociais nesta era de exibição da intimidade. São muitas, muitas
fotos. E público não lhe falta: mais de 7,7 mil seguidores no Instagram e
mais de 13 mil no Twitter. A exposição não é problema para ela,
jornalista e apresentadora de um programa de variedades na televisão
paraibana. Nunca foi. Na adolescência, trabalhou como modelo e fez
comerciais. Em 2005, conquistou o título de Miss Senhor do Bonfim,
município do interior da Bahia onde nasceu.
Alguns posts chamam
mais a atenção do que outros. O mais comentado é de setembro de 2012.
Depois de ganhar camisolas e conjuntos de calcinha e sutiã de presente
de uma marca, ela publicou no Instagram imagens das peças sobre a cama
com a seguinte frase na legenda: “Presente para mim, mas quem mais curte
é o maridão”. Poderia ter passado despercebido, não fosse o “maridão” o
governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB).
“Ela é
polêmica, jovem e sensual. Não se espera esse tipo de performance de uma
primeira-dama, ela tenta romper paradigmas”, diz a mestre em Políticas
Públicas e Sociedade Moíza Siberia Silva de Medeiros, que estuda o
papel social das primeiras-damas. Para ela, Pâmela incomoda porque é uma
figura pública de quem se espera comportamento mais contido, num papel
de coadjuvante, acompanhante do marido. “Expondo-se na internet, ela
pode até angariar jovens, mas moralistas veem incompatibilidade nisso.
Parece que mulher de político não pode ser bela e jovem.”
O
“maridão”, o farmacêutico Ricardo Coutinho, tem 53 anos, nasceu em João
Pessoa, começou sua trajetória no movimento sindical e elegeu-se
vereador pela primeira vez em 1992, pelo PT. Não deixou mais a vida
pública. Foi reeleito vereador, elegeu-se deputado estadual por dois
mandatos e, já filiado ao PSB, comandou a capital paraibana duas vezes.
No começo da primeira gestão como prefeito, se separou da primeira
mulher, Aglaé Fernandes, com quem tem um filho.
“Ele não
tem carisma, charme e simpatia. Precisava de uma primeira-dama dessas.
Ela é belíssima”, diz um experiente jornalista paraibano. Ainda
prefeito, em 2009, Coutinho conheceu a jornalista Pâmela Bório durante
uma entrevista. Em outubro do ano seguinte, o ex-prefeito comemorava a
eleição para governador e o nascimento do filho do casal, Henri Lorenzo.
O casamento foi no mês seguinte à posse, numa cerimônia reservada na
capela da Granja Santana.
Para a doutora em História
Ivana Guilherme Simili, professora da Universidade Estadual de Maringá,
Pâmela representa um paradoxo entre o tradicional e o moderno. “Ela
incorpora a cultura do ‘primeiro-damismo’, cuidando da área social,
promovendo eventos e acompanhando o marido, e ao mesmo tempo é produto
de uma geração conectada, que se expõe e que tem como lema dessa
modernidade dar publicidade ao que faz”, resume a professora, autora de
livro sobre a trajetória de Darcy Vargas.”.
Mais em http://migre.me/kaYLQ.
Helder Moura
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