
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
recebeu na sexta-feira (9) laudo de exames realizados em Weybridge, na
Inglaterra, para determinar o tipo de encefalopatia espongiforme bovina
(EEB), conhecida como doença da vaca louca, que atingiu um animal em
Mato Grosso. De acordo com nota divulgada pela pasta no início da noite,
o documento concluiu que as características apontam um caso atípico
(tipo H), que costuma ocorrer em animais mais velhos. Trata-se de uma
manifestação rara, não associada à ingestão de ração contaminada e com
menor risco de disseminação.
Citando o laboratório, o ministério informou que “as
informações observadas (…) não mostram nenhuma das características que
apontariam para um caso clássico da enfermidade. Ao contrário, reforçam a
consistência de um caso atípico”. O Ministério da Agricultura fez
testes no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro-PE), que indicaram a
presença da doença. Para cumprir o protocolo da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE) e determinar o tipo de manifestação, também
encaminhou amostras para o laboratório de confiança da entidade no Reino
Unido.
A pasta também iniciou uma investigação
epidemiológica em campo, sacrificando e testando 49 bovinos
contemporâneos do animal que desenvolveu a doença, mas os resultados
deram negativo. Fiscais do ministério detectaram a suspeita em 19 de
março em um frigorífico da JBS/Friboi. A empresa e o governo garantiram
que a carne não chegou ao mercado de consumo. Segundo o ministério, a
situação demonstrou “capacidade de resposta rápida do serviço
veterinário oficial brasileiro”.
Até o momento, dois países anunciaram a suspensão das
importações da carne brasileira por causa do caso de EEB. Egito e Peru
anunciaram embargo de 180 dias para o produto. O Egito impôs restrições
somente ao estado de Mato Grosso, enquanto o país latino-americano
suspendeu as compras de carne originária de todo o país.
De acordo com a nota do Ministério da Agricultura, a
partir de agora, “as embaixadas brasileiras e o serviço veterinário
oficial do Brasil estão preparados para fornecer quaisquer
esclarecimentos aos parceiros comerciais que os solicitem ou
eventualmente criem restrições comerciais temporárias”.
Agência Brasil
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