Herson Capri: ‘Já traí e devo ter sido traído’
Amor,
paixão e tesão. Os sentimentos que unem o casal no início da relação
são os mesmos que podem separá-lo quando deixam de existir. Esses
elementos, que durante anos sustentaram o casamento de Ricardo (Herson
Capri) e Branca (Angela Vieira) na novela “Em família”, foram perdendo
sua base. Acabou dando espaço para a entrada de uma amante bem mais
jovem e ruiu de vez quando a paixão por Chica (Natália do Vale) bateu
novamente à porta, 20 anos depois.
Fora da ficção, Herson Capri,
de 62 anos, é mais honesto. O ator confessa que já traiu, mas contou à
companheira na época. Hoje, em seu terceiro casamento, com a médica e
diretora de teatro Susana Garcia, de 43 anos, e com quem está há 19, diz
que não há espaço para paixões furtivas. Com ela, tem dois filhos:
Lucas, de 16 anos; e Luísa, de 13. Ele também é pai de Laura, de 35
anos, do primeiro casamento; e de Pedro, de 33, do segundo.
Depois de 19 anos casado, você continua apaixonado?
Completamente.
Tudo com Susana é muito bom. O vinho, o futebol, a conversa. O sexo é
sensacional. Tudo é maravilhoso e não temos a menor perspectiva de mudar
isso.
Nunca existiu, então, abertura para outra pessoa?
Não tem o menor espaço. Temos um casamento absolutamente fechado, e gostamos disso. Respeitamos muito isso um no outro.
Antes da Susana, você traiu?
Sim,
mas não consigo ser mentiroso. Quando aconteceu, eu contei. Foi difícil
e isso resultou no fim de um dos meus casamentos anteriores.
Perdoaria uma traição?
Não
sei, teria que ver o motivo. Mas talvez não. Não sei se fui traído, mas
devo ter sido muito! Dizem que, nesses casos, somos sempre os últimos a
saber. Vai que não soube até hoje. Mas com a Susana, tenho certeza de
que não. Tenho total confiança.
Você já declarou que, após
o término do seu segundo casamento, tinha certeza de que não se casaria
de novo. O que te fez mudar de ideia com a Susana?
Foi
amor à primeira vista. Nos conhecemos em 1995, numa festa na casa de
shows do Via Parque. Fui junto com Moacir Góes e Letícia Spiller para
promover a peça “Abelardo e Heloísa”. Eu estava solteiro. No final,
encontrei duas irmãs, que estavam sendo paqueradas por uns amigos. Um
deles perguntou para a Mônica (a atriz e escritora Mônica Martelli) o
que ela fazia. Já eu me virei para a Susana e perguntei: “E você?”. Ela
respondeu: “Sou estudante de Medicina”. Aquilo me alertou. Então
questionei: “Mas você é boa aluna?”. Ela disse: “Eu sou a melhor da
minha turma”. Conversamos e não paramos mais. Foi fulminante.
Logo começaram a namorar?
Não.
Ela tinha um namorado há dez anos e me pediu um tempo. Me perguntou:
“Você espera um pouco?”. Eu disse que sim. Esperei 20 dias ela se
resolver. Não foi muito, claro. Mas, também, não ia deixar. Estava na
pressão. Fomos morar juntos com quatro meses de namoro. E, em janeiro de
1996, nos casamos. Já tinha acontecido de bater o olho em uma mulher e
sentir vontade de ficar com ela, mas nunca de maneira definitiva como
aconteceu com a Susana.
Os filhos foram consequência...
Eu
me apaixonei por uma mulher de 24 anos, que queria muito ter filhos.
Como não tê-los? Seria burro da minha parte. Quando chegou o quinto,
pensei: “Caramba, o quinto...” (ele tem quatro filhos biológicos, além
da enteada Isadora, de 40 anos, filha de sua segunda mulher, a atriz
Malu Rocha, a quem chama de filha).
Na novela, Branca e
Ricardo viveram um casamento desgastado. Ele, que já tinha uma amante,
só saiu de casa ao reencontrar Chica. O que faria no lugar de Ricardo?
Cairia
fora. Sou da opinião de que, se não está bom, tem que acabar. A união
de amor, admiração, respeito, tesão e sexo é um grande passo para a
relação dar certo. Sem isso, não dá. O resto se resolve.
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