Por que será que todos que ajudam Ricardo Coutinho rompem com ele?
Poderia ser meramente um episódio isolado se ficasse apenas
em Lúcio Flávio Vasconcelos, um dos aliados de primeira hora do
governador Ricardo Coutinho. O problema é que praticamente todos aqueles
que contribuíram para sua trajetória política, desde que iniciou como
vereador, foram defenestrados. A lista é imensa.
Por isso, quando Lúcio Flávio postou no Facebook, esta
sexta-feira (dia 28), comunicando que não ocupa “mais nenhum cargo no
governo da Paraíba” e, com isso, concretizava seu afastamento com
Ricardo Coutinho, ele apenas foi mais um na lista de seus ex-amigos.
Dessa lista fizeram parte Alexandre Urquiza, Bira, Luciano Agra…
Mais: Rossana Honorato, Roseana Meira, Nonato Bandeira,
Fernando Abath, Elzário, apenas para citar os mais lembrados do time
mais fiel. Mas, Ricardo também defenestrou Nadja Palitot, a responsável
por sua filiação ao PSB, e de quem tomou o partido na primeira
oportunidade. Manuel Júnior, que abdicou de disputar a Prefeitura de
João Pessoa para apoiar Ricardo e depois foi enxotado.
Aliás, logo após ser reeleito prefeito em 2008 e a cassação
de Cássio Cunha Lima em 2009, RC também expurgou deputados como
Guilherme Almeida, Marcondes Gadelha e Aníbal Marcolino, que eram
filiados ao PSB, e contribuíram com sua reeleição. Uma vendeta que
começou quando Guilherme aceitou ser secretário do Governo Zé Maranhão.
De forma que a oficialização, esta sexta-feira (dia 28), do
rompimento de Lúcio Flávio não constitui novidade na relação de Ricardo
Coutinho com aqueles que contribuíram para sua trajetória. Na verdade,
Lúcio Flávio já havia decidido se afastar desde que foi ejetado da
Chefia de Gabinete para dar lugar a Estela Bezerra, por uma mensagem de
celular. Afora, outras “indelicadezas”.
É curioso o que acontece em relação a Ricardo Coutinho. Ele
simplesmente rompe com todos que contribuem para seu sucesso político.
Como, aliás, ocorreu também com Zé Maranhão, que, em 2014, retirou a
candidatura do PMDB (Manuel Júnior), para apoiar RC e, quatro anos
depois, ele se recusou a indicar um vice do partido para compor sua
chapa. E, claro, o rompimento mais recente é o senador Cássio Cunha
Lima, responsável pela eleição de Ricardo em 2010.
Publicação no Facebook – Eis o que postou Lúcio Flávio em seu Facebook:
“Colegas do face.
Comunico que não ocupo mais nenhum cargo no governo da Paraíba. Entre os
anos de 2011 e 2013, exerci as funções de Chefe da Casa Civil e Chefia
do Gabinete do governo.
Durante esse período, procurei desempenhar meu trabalho da melhor forma
possível. Sem o apoio e colaboração de centenas de abnegados servidores,
não teria suportado os desafios. A todos eles, o meu mais profundo e
sincero agradecimento.
Retorno às minhas atividades acadêmicas na UFPB, onde exerço a docência desde 1992.
Aproveito a oportunidade para avisar que já protocolei minha desfiliação
do Partido Socialista Brasileiro (PSB), única agremiação a qual fui
filiado.
Continuo absolutamente convicto de que só através da política é que
poderemos transformar a tão injusta realidade social do nosso estado e
contribuir para uma efetiva democratização da Paraíba.”
Helder Moura
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