Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de
Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa,
foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador
dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio.
Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat),
apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do
Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB.
Contato: heroncid@gmail.com
Entregando o ouro
No esporte e na política, as
vitórias no tapetão sempre suscitam sentimentos de reprovação e repulsa.
Quem ganha algum ponto, campeonato ou mandato por esse meio, geralmente
leva pra casa uma vitória de Pirro. Já quem perde, ainda que a derrota
seja justa e merecida, sai vitimizado.
Na Paraíba, a cassação do então governador Cássio Cunha Lima até
apeou-lhe do poder, mas fez recair sobre o sucessor José Maranhão a
revolta de milhares de paraibanos, até entre aqueles que queriam ver o
tucano fora do Palácio, mas pela força das urnas, não dos tribunais. No
processo eleitoral de 2010, acharam pouco e cristianizaram Cássio.
Resultado: o tucano ressuscitado e Maranhão derrotado.
Os adversários do governador Ricardo Coutinho na Assembleia estão para
incorrer em grave equívoco caso, movidos apenas pelo desejo de revanche e
tática de desgaste político, reprovem as contas de 2011 do governo,
balanço financeiro que recebeu parecer favorável do TCE.
Fosse o julgamento eminentemente técnico, poderia até haver elementos a
embasar voto pela rejeição das contas. Só que em meio ao clima
beligerante instalado e o conhecido enfrentamento interpoderes desde o
primeiro dia dessa gestão girassol, a reprovação cheiraria à retaliação
nas narinas da opinião pública.
Se a estratégia for sepultar Ricardo e tirá-lo do páreo, está
redondamente errada. De algoz inclemente e desapegado de sentimentos –
pintado pela oposição – , o socialista passaria à vítima. Alguém que por
bater de frente com o Legislativo pagou o preço de perder até o sagrado
direito de ser votado.
Uma profusão de perguntas fervilharia na cuca do povo. Tipo: esse
Ricardo não está tão desgastado, por que anulá-lo da eleição? Quem tem
medo dele? Por erro de avaliação, a oposição corre o risco de inverter
os papéis e acabar dando de presente a Ricardo tudo que ele precisa num
cenário adverso; um discurso de mártir.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 19/03/2014 (quarta-feira).
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