Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa, foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio. Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat), apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB. Contato: heroncid@gmail.com
As voltas da política
Em 2010, por essas horas,
qualquer observador da cena política seria capaz de assar um dedo
duvidando que quatro anos depois um Luciano Agra, que virou prefeito
pela obra de Ricardo Coutinho, votaria em Cássio Cunha Lima contra seu
“criador” e um Rômulo Gouveia ficaria com o socialista e não com o amigo
de trinta anos.
Pois é. A eleição de 2014 se encaixa mais do que qualquer outra no
chavão imortalizado pela inteligência e perspicácia do ex-deputado
Manoel Gaudêncio. A política é mesmo dinâmica e na Paraíba muito mais do
que em qualquer outro lugar do planeta. Aqui, ela é uma roda gigante,
doutor Manoel.
Basta deparar-se com Ricardo Barbosa, histórico ronaldista e ex-líder do
governo Cássio na Assembleia, hoje no pelotão de frente do xará e dando
as costas à candidatura do filho de Ronaldo. Barbosa soma-se a Ramalho
Leite, Buba Germano, Adriano Galdino, Manoel Ludgério e outros
ex-seguidores do clã Cunha Lima.
Quem, entre os expectadores da platéia da Câmara de João Pessoa no ano
de 2005, imaginaria que o então líder da oposição, Hervázio Bezerra,
seria hoje um dos mais ardorosos adeptos do jeito Ricardo Coutinho de
governar? Por outro lado, qualquer um riria de quem previsse Roseana
Meira, Nonato Bandeira e Lúcio Flávio, pétalas principais do jardim
girassol, num palanque adversário do líder do coletivo.
No auge da campanha de 2010, nem a mais fértil imaginação ousaria
cogitar que antes que 2014 chegasse, o advogado Marcelo Weick e o
empresário Ivan Burity, coordenadores estratégicos da campanha do então
governador José Maranhão, virariam homens da confiança de Ricardo
Coutinho.
A lista de exemplos é bem mais extensa e o espaço da Coluna seria
pequeno para citar, além dos atores principais, outras personagens com
papéis coadjuvantes, mas não menos importante nesse enredo. Se um
paraibano em coma desde 2010 acordasse hoje e procurasse se informar da
política, certamente pediria: “Me belisca”!
*Artigo publicado no Correio da Paraíba, edição do dia 31/03/2014 (segunda-feira).
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