Pastor pede R$ 21 milhões aos fiéis para pagar dívida de TV
Com voz chorosa, desesperançoso e cabisbaixo, o apóstolo Valdemiro
Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, iniciou nesta semana
uma campanha para a arrecadar ao menos R$ 21 milhões para pagar dívidas
da igreja, especialmente as referentes ao aluguel de horário do canal
21, do Grupo Bandeirantes.
A igreja arrendou a emissora praticamente por 24 horas por dia e agora está com dificuldades em cumprir a obrigação...
ALÉM DISSO...
Valdemiro afirma que há vários templos com aluguéis atrasados, além de
atrasos no pagamento de outros horários locados em rádios e TVs Brasil
afora. Um especialista em igrejas, ouvido por esta coluna, que pede para
não ser identificado, afirma que dois fatores prejudicaram
substancialmente a Igreja Mundial, e que esses fatores ameaçam até a
existência da linha evangélica:
Motivo 1)
A tentativa de crescer rápido demais e sem controle algum sobre a
contabilidade; ou seja, a igreja contou que podia crescer mais
rapidamente até que a Igreja Universal, mas confiou demais na
generosidade dos fiéis; acontece que os fiéis (classes C e D,
principalmente) já estão com outras dívidas e pararam de colaborar
tanto. A Igreja Mundial quis crescer mais e mais rapidamente do que o
possível.
Motivo 2)
A guerra deflagrada pela Igreja Universal contra a Mundial, no ano
passado. Por meio da Record, a Universal exibiu reportagens que acabaram
com a saúde contábil da Mundial, que acabou investigada pelo Ministério
Público e, principalmente, pela Receita Federal. A Igreja teve de
vender propriedades, gado, se desfazer de templos... Enfim, entrou num
verdadeiro gargalo financeiro. Esse gargalo está agora se apertando
ainda mais.
Mastrangelo Reino - 31.ago.2011/Folhapress | ||
Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial |
FALANDO EM CLASSE C...
Ela é a "culpada" pela súbita estagnação das assinaturas de novas TVs
pagas. Foram justamente as classes C e D que causaram o "boom" de
assinaturas nos últimos cinco anos, pelo menos. Acontece que essas
classes gastaram em muitas outras coisas, além da TV paga: viagens,
presentes, eletrodomésticos, carros populares. Agora estão atoladas de
carnês e têm pouca margem para fazer mais compras. A TV por assinatura,
para essas classes, deixou de ser um objeto de desejo primário.
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