Dia 28 de Agosto: Dia do Bancário
Lei Nº 4.368, 23/07/1964
Os trabalhadores bancários, no dia 28 de agosto, comemoram o seu dia.
Em 1951, os bancários brasileiros decidiram inovar na luta por reivindicações
salariais e por melhores condições de trabalho. A mobilização da categoria
seria unificada nacionalmente. As principais reivindicações pediam reajuste
de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. As sucessivas
tentativas de negociação fracassaram. Os bancários recusaram o dissídio coletivo
e, em São Paulo, realizaram paralisações simbólicas de minutos, dos dias 12
de julho a 2 de agosto. Os banqueiros acenaram com um reajuste em torno de
20%, mas os bancários de São Paulo mantiveram sua reivindicação.
No dia 28 de agosto de 1951, uma assembléia histórica no Sindicato dos Bancários,
contando com a presença de 28% da categoria, decidiu ir à greve para conseguir
seus direitos. A greve foi deflagrada e logo duramente reprimida. O DOPS prendia
e espancava os grevistas. Em todo o Brasil a manipulação da imprensa levou
os bancários de volta ao trabalho, mas a categoria em São Paulo resistiu e,
em conseqüência, a repressão aumentou. Somente após 69 dias de paralisação,
a categoria arrancou 31% de reajuste. Após o término da paralisação a repressão
foi ainda mais acentuada. Centenas de bancários foram demitidos e as comissões
por bancos foram desmanteladas pelos banqueiros. Mas, como resultado mais
positivo, a greve de 1951 colocou em xeque a lei de greve do governo Dutra
e provocou, também, a criação do Dieese em 1955.
Isto não significa que a organização do movimento de bancários tenha apenas
50 anos. Não! Suas lutas começaram muito antes. E, como em 1951, a categoria
repetiu em outros anos manifestações semelhantes, que garantiram conquistas
hoje incorporadas a sua vida laboral. É o caso da jornada de 6 horas, do fim
do trabalho aos sábados, da convenção coletiva nacional, do tíquete-refeição,
do tíquete-alimentação, da participação nos lucros e resultados, além de outros
direitos duramente conquistados.
Hoje, os bancários precisam mais uma vez inovar nas respostas aos constantes
ataques de que são alvo. Com a queda nas taxas inflacionárias, o estreitamento
da margem de negociação e a diversificação do mercado financeiro após o Plano
Real, novas táticas de convencimento, mobilização e luta precisam ser adotadas,
principalmente na discussão dos índices de recomposição salarial. Mas esse
novo modo de encarar a campanha não se resume, pura e simplesmente, às necessidades
salariais da categoria.
O movimento sindical não soube acompanhar a extraordinária transformação
por que passou e passa o Sistema Financeiro Nacional. Existe uma série de
medidas que vêm transformando os métodos de trabalho e a forma como o empregado
se relaciona com a empresa, com os clientes e com seus próprios colegas.
Fonte: UFGNet
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