Papa Francisco reza deitado no chão ao celebrar a Paixão de Cristo
Pontífice presidiu na Basílica de São Pedro a celebração.
Pregador capuchinho afirmou que Igreja é 'casa' que precisa de 'reformas'.

O Papa Francisco
rezou deitado no chão da Basílica de São Pedro por vários minutos nesta
sexta-feira (29), um sinal de respeito e adoração realizado antes da
encenação da Paixão de Cristo, a primeira de seu pontificado.
Milhares de pessoas assistiam no templo vaticano ao rito da Sexta-Feira Santa.
Após a leitura da Paixão de Cristo, o pregador da Casa Pontifícia, o franciscano capuchinho Raniero Cantalamessa, pronunciou a homilia, comparando a Igreja a um "edifício antigo" e pedindo que Francisco a "conduza à simplicidade e à linearidade de suas origens".

Papa reza deitado no chão da Basílica de São Pedro (Foto: Max Rossi/Reuters)
Francisco, com fisionomia grave, vestido com a casula vermelha com as
cores da Paixão, ouvia atentamente Cantalamessa, que declarou que esta
missão havia sido confiada por Deus no século XIII a São Francisco de
Assis, que teve seu nome retomado pelo 266º pontífice da Igreja
Católica: "Vá e reforme a minha casa".
- O Papa beijou o Cristo crucificado, que foi levado a ele, colocando suavemente a sua mão sobre a face de Jesus.
Francisco, o primeiro jesuíta que chega ao trono de Pedro, deixou claro
em pouco mais de duas semanas de pontificado que deseja uma mudança
desta milenar instituição, cuja imagem foi manchada nos últimos anos por
lutas internas de poder, abusos sexuais de menores por sacerdotes ou
pela atividade econômica nebulosa do banco do Vaticano.
No entanto, os analistas preveem que não será fácil alcançar seus
objetivos, devido à resistência dos que preferem manter o status quo.
Talvez, a mensagem mais contundente tenha sido dada pelo Papa na Quinta-Feira Santa.
Demonstrando a importância da proximidade com os mais necessitados,
Francisco se dirigiu ao centro de detenção de menores de Roma, Casal del
Marmo, onde celebrou uma missa diante de quase cinquenta jovens - 35
meninos e 11 meninas de 14 a 21 anos - e lavou os pés de 12 deles em uma
cerimônia que lembra a última ceia de Jesus com os doze apóstolos.
Ajoelhado no chão frio sobre um simples pano branco, Francisco lavou,
secou e beijou os pés de dez meninos e duas meninas de diferentes
nacionalidades detidos neste centro, dois deles muçulmanos, retirando
esta cerimônia simbólica de seu ambiente habitual, a suntuosa basílica
de São João de Latrão, na capital italiana, e de seus protagonistas
habituais, os sacerdotes.
"Quem está no ponto mais alto deve servir aos outros, ajudar os
demais", disse o Papa, levando para o coração da Igreja de Roma um
costume que, como cardeal, Jorge Mario Bergoglio costumava realizar na
Argentina.
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