quinta-feira, 7 de março de 2013

06 de Março de 2013

26 anos após morte de Raymundo Asfora, Gilbran pede que Tribunal do Júri absolva acusados

26 anos após morte de Raymundo Asfora, Gilbran pede que Tribunal do Júri absolva acusados
 Conta a lenda que todos os pássaros se calavam para ouvir o canto do uirapurú. Há exatos 26 anos, o tribuno Raymundo Asfora, autor de "Tropeiros da Borborema" música composta com Rosil Cavalcante, partiu. A morte ex deputado federal, e ex-vice-govenrador, um dos mais influentes políticos paraibanos no dia 6 de março de 1987 ainda hoje é lembrada. Políticos, amigos e admiradores não esquecem do homem que deixou a marca em seu tempo. Raymundo Asfora foi encontrado morto em sua residência, na Granja Uirapuru, no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, a nove dias de ser empossado como vice-governador da Paraíba, ao lado do então governador eleito Tarcísio Burity. O laudo da equipe do renomado legista Badan Palhares, sustentou a tese de suicídio.

Primogênito de Raymundo Asfóra, o ex-deputado estadual Gilbran Asfóra divulgou hoje (06) em blog que mantém na internet um pedido dirigido ao Tribunal do Júri Popular de Campina Grande, que tem pauta agendada para o próximo dia 21 de março para fazer retornar ao banco dos réus a viúva do tribuno, Gilvanete Vidal de Negreiros Asfóra, e o fotógrafo Marcelo Marcos, acusados por sua morte, para que os absolva.

No artigo intitulado "A quem interessaria a morte de Raymundo Asfora", Gilbran Asfora afirma que tem aompanhando o sofrimento que se arrasta durante a vida toda dos irmãos Sheyner, Thanner, Kerma e Bergma, baseado no volumoso processo do caso Asfóra e sem encontrar provas suficientes para incriminá-la, ainda sem ter havido fatos novos. "Hoje vivemos de lembranças e ensinamentos, mas do ângulo jurídico, ainda rende resultados de perícias mal feitas e conclusões imprecisas no que se refere a pergunta: "o Caso Asfora, foi suicídio ou homicídio?" escreveu Gilbran.

Por não haver novos elementos no caso, ele pede a sociedade representada pelo Tribunal do Júri de Campina Grande a absolvição dos acusados. "Na mesma oportunidade e pelos mesmos motivos alegados, venho pedir a absolvição de Marcelo Marcos da Silva, pois não encontrei um porquê para tal atitude. Vi sim que ele sofreu e só perdeu com o passamento de Raymundo Asfóra”, penitencia-se Gilbran.

A verdade, segundo ele, é que a luz do processo, os juristas encontram abrigo para as duas teses, podendo ser em ambos os casos bastante convincentes: eu diria mais... utilizando uma frase do jurista Ronaldo Cunha Lima: "Que o Direito é feito chiclete, para onde você mastigar ele vai". No artigo Gilbran diz que mesmo tendo se passado tantos anos, ele não haveria de se posicionar em relação ao que houve no dia 6 de março de 87. Prefere não opinar se acredita na tese de homicídio, ou a de suicídio. De fato, eu tenho uma tendência a pensar no que realmente houve no dia 06 de março de 1987, na Granja Uirapurú, no entanto, ao longo desses 26 anos da morte do meu pai, sempre tive o cuidado de respeitar o pensamento de cada um, desde o homem simples da multidão que o conhecia, até os integrantes de nossa família. Três irmãs de meu pai, minha irmã Samara e minha avó, Orminda, hoje falecida, elas defendem e defenderam fervorosamente a tese de homicídio no caso Asfora" escreveu.

Ele relembra hoje, 26 anos depois, que quando da morte do pai tinha 22 anos de idade e era estudante de Direito. “Acompanhei de perto tudo: exames, laudos, simulações, exumação, etc., digo mais, diante das dúvidas que persistiram e da exigência da justiça, tivemos o doloroso baque de ter que enterrar e desenterrar nosso pai por três duras oportunidades”. observa.

Para Gilbran, a verdade é que à luz do processo os juristas encontraram abrigo para as duas teses, podendo ser em ambos os casos bastante convincentes. “Eu diria mais... utilizando uma frase do jurista Ronaldo Cunha Lima: ‘Que o Direito é feito chiclete, para onde você mastigar ele vai. Dito isto, encerro as minhas palavras dizendo que com a ausência do uirapurú paraibano, milhares de nordestinos perderam sua voz e emudeceram-se nos seus gritos de esperança" finalizou.

Cearense, Raymundo Asfora chegou a Campina Grande aos 12 anos de idade em companhia dos pais libaneses. Aos 17 anos já militava no Grêmio Estudantil Campinense. Aos 18 anos ingressou na Faculdade de Direito de Recife (PE). Em 1952 voltou para a Rainha da Borborema, onde assumiu a Secretaria de Serviço Social na gestão do então prefeito Severino Cabral.

Depois, foi eleito vereador e deputado estadual. Anos depois assumiu, como suplente, mandato na Câmara Federal, para onde voltaria em 1982. Compondo a chapa majoritária, em 1976, elege-se vice-prefeito de Campina ao lado de Enivaldo Ribeiro, cumprindo mandato de 1977 a 1982. No ano de 1986, durante a escolha da chapa que disputaria as eleições daquele ano, aceitou a indicação do seu nome para vice-governador na chapa de Burity. Asfora, então, lançou Cássio Cunha Lima a deputado, herdando seus votos.

Severino Lopes com blog de Gilbran Asfora

PB Agora

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