Mentiras ‘do bem’ contadas na hora de buscar um novo emprego
- Conheça formas de melhorar a sua imagem perante o mercado, sem correr o risco de, ao ser contratado, não dar conta do recado
RIO - “Você está ótima com esta roupa”. “Eu tenho apenas 25 anos”.
“Eu adoraria, mas estou muito ocupado”. Estes são alguns exemplos de
mentirinhas “do bem”, ditas no dia a dia de qualquer um, de forma
inofensiva, muitas vezes para esconder inseguranças ou evitar ferir os
sentimentos de alguém. Embora a maioria dos especialistas em RH afirme
que falar a verdade é o melhor negócio quando o assunto é trabalho, as
chamadas “mentirinhas do bem” também são utilizadas em situações
profissionais, para encobrir uma fraqueza ou inadequação, como mostra
artigo publicado pelo site CareerBuilder.
Para fazer com que seu currículo seja notado:
Muitas
empresas utilizam um sistema de rastreamento para selecionar
candidatos, que faz uma busca por palavras ou frases em um currículo que
correspondem à descrição do cargo oferecido. Se você não tem as
palavras certas em seu currículo, é provável que ele vá parar na pilha
de rejeitados. Por isso, algumas pessoas fazem pequenas modificações no
documento, alterando os títulos e qualificações para melhor atender à
descrição da vaga e passar pela primeira série de análises feita pela
empresa.
“Muitos candidatos são forçados a lançar mão de pequenas
mentiras para passar pelo processo de triagem, especialmente em empresas
que fazem uso de palavras-chaves para selecionar ou cortar candidatos
de seus sistemas de rastreamento”, afirma a coach e
especialista em gestão de carreiras, Donna L. Shannon, acrescentando que
o mais comum é a pessoa trocar o nome do cargo que exercia em seu
emprego anterior para algo que atenda a um maior número de vagas
oferecidas.
Para parecer mais experiente:
É
muito comum o profissional dizer que tem mais experiência do que
realmente tem. Durante uma entrevista, por exemplo, afirmar que levou
sua equipe a fechar negócios com um novo cliente, quando, na verdade,
era apenas um dos componentes do grupo encarregado pela conta. Ou dizer
que tem proficiência no uso de um determinado sistema de gerenciamento
de conteúdo, quando só o utilizou poucas vezes. O grande problema neste
caso é a pessoa ser contratada por supostamente ser especialista em um
determinado assunto e, na hora H, não dar conta do recado. Então,
aconselham os especialistas, ao invés de mentir, seja criativo ao
mostrar suas reais habilidades:
“Sempre aconselho aos candidatos que nunca deturpem o seu background,
nunca mintam sobre suas capacidades e experiências, pois se a empresa
está buscando por um conjunto específico de habilidades e você não as
tiver, certamente está fadado ao fracasso. Mas sempre tento dar exemplos
de interpretações positivas sobre seu passado profissional”, afirma
Gail Tolstoi-Miller, CEO e diretor-executivo de RH da empresa de
recrutamento Consultnetworx. “Se lhe perguntam se você tem experiência
em gestão, mas você não é um gerente, lembre-se, por exemplo, de contar
que assumiu tal função num projeto específico e tinha seis pessoas
subordinadas a você, fornecendo um conjunto de habilidades que estejam
mais próximas do que a empresa está buscando”.
Para não parecer negativo:
Quem
já não ouviu de um potencial empregador a seguinte pergunta: “Por que
você quer deixar sua empresa atual?”. Se a pessoa responder a verdade:
“Porque odeio meu chefe!” ou “Porque estou completamente infeliz e
desestimulado na minha posição atual”, certamente vai perder alguns
pontos no processo seletivo. Portanto, neste tipo de situação, como
ninguém pode ler seus pensamentos verdadeiros, é melhor ser diplomático e
deixar de fora alguns detalhes, aconselha Vijay Ingam, coach e fundador da empresa Interview SOS.
“Ao
invés de dizer: ‘Larguei meu emprego porque odiava meu chefe’, a pessoa
pode dizer que largou o emprego porque não houve oportunidade de
crescimento na empresa”, completa Ingam.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário