domingo, 5 de outubro de 2025

Ciência explica porque as mulheres vivem mais tempo do que os homens

Pesquisa científica revela o que pode estar relacionado a maior longevidade das mulheres, como hábitos de vida e fatores genéticos

Por: Isabella Bisordi / Bons Fluidos

Estudo mostra que mulheres vivem mais que homens por razões evolutivas e genéticas: veja os resultados e explicação - Foto: Reprodução (Canva/southworks / Bons Fluídos)  

É comum ouvirmos que as mulheres vivem, em média, mais tempo que os homens. Essa diferença costuma ser atribuída a fatores como hábitos mais saudáveis, maior atenção à saúde e busca mais frequente por cuidados médicos. No entanto, um novo estudo sugere que a resposta também pode estar na própria evolução.

Longevidade além dos seres humanos

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, analisou 1.176 espécies de animais, entre mamíferos e aves, tanto em vida selvagem quanto em zoológicos. Os resultados mostraram que a diferença de expectativa de vida não é exclusiva da nossa espécie: em 72% dos mamíferos, as fêmeas viveram em média 12% mais do que os machos.

Já entre as aves, o padrão se inverte: em 68% das espécies, os machos tiveram uma sobrevida cerca de 5% maior que as fêmeas. Esses dados indicam que as mulheres provavelmente continuarão a viver mais do que os homens, mesmo com os avanços da medicina e das condições de vida.

O papel dos cromossomos sexuais

Uma das explicações possíveis está nos cromossomos. Nos mamíferos, as fêmeas têm dois cromossomos X, enquanto os machos possuem apenas um X e um Y. Isso parece oferecer uma espécie de proteção extra às fêmeas contra mutações genéticas prejudiciais. Já no caso das aves, acontece o contrário: os machos contam com dois cromossomos iguais, o que lhes daria essa vantagem de sobrevivência.

Ainda assim, os cientistas ressaltam que essa não é a única variável. Algumas espécies mostraram o oposto do padrão esperado. Por isso, entende-se que os cromossomos sexuais podem ser apenas uma parte da história.

Outros fatores envolvidos

Além da genética, entram em jogo elementos como cuidado parental e até o ambiente em que vivem. O estudo também apontou que espécies monogâmicas tendem a ter diferenças menores de longevidade, enquanto em espécies com múltiplos parceiros e maior dimorfismo (diferença de tamanho entre machos e fêmeas), os machos costumam morrer mais cedo.

Entre os primatas, como chimpanzés e gorilas, a diferença de expectativa de vida entre fêmeas e machos é ainda mais marcante do que entre humanos. Isso sugere que a longevidade maior das mulheres não é apenas uma questão cultural, mas um traço enraizado em processos evolutivos. "Pelo menos em termos de diferenças sexuais na sobrevivência, a nossa espécie não é única", afirmam os autores.

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