sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Alerta: bebida adulterada por metanol pode cegar

Consumo de bebida alcoólica adulterada dispara, pode causar neurite óptica e levar à perda da visão; saiba como evitar

Alerta: bebida adulterada por metanol pode cegar
© Shutterstock

O número de intoxicações por bebida adulterada  registrados em setembro pelo  CIATOX   (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) de Campinas bateu recorde.  Somou 9 intoxicações com dois casos de cegueira no estado de São Paulo, além de mais 10  pacientes sob  investigação até o dia 25 do mês. 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas quando o metanol entra na corrente sanguínea é transformado  em ácido fórmico, substância que diminui a oxigenação das células e é altamente tóxica. A toxidade somada à falta de oxigênio, explica,  atacam o nervo óptico desencadeando neurite óptica. Caso a doença não receba o tratamento adequado durante a fase inicial ou aguda causa a perda irrecuperável da visão.  Já a intoxicação sistêmica  causa sérios danos ao fígado, rim, coração, pâncreas e até alterações na camada externa do cérebro que caracterizam a esclerose múltipla, levando ao óbito

O especialista diz que os  sinais de alerta sempre indicam uma  emergência médica, mas, geralmente só surgem entre 12 e 24 horas. Isso  porque,  o álcool etílico das bebidas tornam o metabolismo do metanol mais lento, explica.  Nos olhos, afirma,  os primeiros sintomas são: visão turva, fotofobia e dor retrobulbar ou ao movimentar os olhos. Os sintomas sistêmicos mais frequentes da intoxicação elencados pelo médico são: náusea,  forte dor de cabeça, dor abdominal, vômitos e alteração da consciência.

Tratamento

As primeiras 48 horas são cruciais para salvar a visão e a vida após uma intoxicação por metanol. Diante da suspeita de ingestão de álcool adulterado, Queiroz Neto recomenda que a pessoa  seja encaminhada  a uma triagem no CIATOX   para confirmar a acidose metabólica grave que requer hemodiálise para eliminar  o metanol da corrente sanguínea. Outra terapia elencada pelo oftalmologista  para casos menos graves de acidose, frequente entre pessoas que consomem pouca bebida adulterada é o fomepizol, também conhecido como 4-metilpirazo,l um antídoto ao metanol.

O acúmulo de ácido fórmico no nervo óptico  pode causar edema que pode ser tratado com  corticosteroides que eliminam a inflamação. A dica para prevenir intoxicação por bebida adulterada observar na garrafa o registro ANVISA, lacre de segurança e selo fiscal, finaliza.

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