China envia radiotelescópio para o município de Aguiar, no Sertão paraibano, para investigar sinais do universo

A estrutura saiu do porto chinês de Tianjin e deve desembarcar no Porto de Suape, em Pernambuco, após quase dois meses de transporte.
O radiotelescópio será instalado na Serra do Urubu, local escolhido por ter baixo nível de interferência eletromagnética, sem sinal de celular ou rotas aéreas nas proximidades.
As estruturas chegarão em contêineres. Entre as partes enviadas estão os espelhos primário e secundário e as torres das cornetas, que são componentes centrais do radiotelescópio. As estruturas viajarão em contêineres e foram testadas e certificadas antes do embarque.
O engenheiro sênior Wu Yang, do 54º Instituto de Pesquisa da China Electronics Technology Group Corporation (CETC), explicou que o telescópio foi projetado com foco na montagem em território brasileiro. Segundo ele, foi utilizada uma combinação de painéis e estruturas em treliça para facilitar tanto a produção quanto a instalação das peças.
O radiotelescópio BINGO (sigla em inglês para Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations) terá o tamanho de um campo de futebol e vai captar ondas de rádio emitidas pelo hidrogênio neutro no espaço.
Com esses dados, os cientistas poderão estudar fenômenos ligados à expansão do universo e à chamada energia escura, que representa a maior parte da composição do universo, mas ainda é pouco compreendida.
Ao contrário dos telescópios ópticos, o BINGO detecta sinais que não são visíveis ao olho humano. Ele também poderá monitorar satélites, meteoros e outros corpos celestes menores.
Observatório
Recentemente, o grupo de chinenses, inaugurou na cidade de Juazeirinho, o Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba. O local é fruto da parceria entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do Observatório Astronômico de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências (SHAO-CAS, da sigla em inglês, Shanghai Astronomical Observatory, Chinese Academy of Sciences).
Além dos dois telescópios, o Observatório conta com a Estação de GNSS, que faz monitoramento da atividade solar, outro instrumento responsável por fazer observações espaciais.
Segundo os físicos Fernando Bertoni e Lourivaldo Mota Lima, os equipamentos podem realizar estudos referentes aos detritos espaciais, ou seja, o lixo espacial causado por satélites desatualizados e que estão em órbita, oferecendo perigo para a Terra. Esses satélites desativados, conforme explicou o físico, podem causar danos ambientais como a contaminação de águas e da atmosfera.
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