HISTÓRICO: O ingresso das mulheres na Marinha constitui um marco de grande repercussão na sociedade brasileira
A História do Brasil é marcada pelo patriotismo e a coragem de mulheres que sacrificaram a vida pelo País. Cônscio desse trabalho silencioso, o então Ministro de Estado da Marinha, Almirante de Esquadra MAXIMIANO EDUARDO DA SILVA FONSECA, propôs a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM) e, em 07 de julho de 1980, foi promulgada a Lei nº 6.807, tornando a Marinha pioneira na participação das mulheres nas fileiras das Forças Armadas. Nascia, assim, o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, formado pelo Quadro Auxiliar Feminino de Oficiais (QAFO) e pelo Quadro Auxiliar Feminino de Praças (QAFP). O ingresso das mulheres na Marinha constituiu um marco de grande repercussão na sociedade brasileira.
Com a Lei nº 9.519, de 26 de novembro 1997, foi extinto o CAFRM e, de acordo com as habilitações de origem, as mulheres passaram a integrar os respectivos Corpos e Quadros existentes para o sexo masculino, possibilitando o ingresso como Oficiais nos Corpos de Engenheiros e de Intendentes da Marinha, e nos Quadros de Médicos, de Cirurgiões-Dentistas, de Apoio à Saúde e Técnico, em igualdade de condições no acesso às promoções e cursos.
A trajetória de pioneirismo das mulheres na Marinha do Brasil, portanto, foi um processo gradual e exitoso. A partir de 1998, decorrente da reestruturação de Corpos e Quadros, a inserção da mulher na Força Naval foi ampliada com a promoção da primeira brasileira ao posto de Oficial General das Forças Armadas em 2012, a Contra-Almirante (Md) DALVA MARIA CARVALHO MENDES, e, em 2018, ratificada com a inclusão de mais uma militar no círculo de Oficiais Generais, a Contra-Almirante (EN) LUCIANA MASCARENHAS DA COSTA MARRONI, comprovando a correção do rumo adotado..
Como parte do contínuo processo de atualização e aprimoramento da administração do seu pessoal, a Força Naval admitiu, em 2014, a primeira turma de Aspirantes femininas da Escola Naval.
Foram 12 vagas específicas para o Corpo de IM, destinadas a candidatas com idade entre 18 e 23 anos, que tivessem concluído o ensino médio.
Além da formação profissional-militar, as Aspirantes recebem aulas de Educação Física e, de acordo com seu desempenho, podem integrar uma das várias equipes esportivas, como: esgrima, vela, remo, vôlei, basquete, orientação, atletismo, judô e tiro. As futuras Oficiais poderão participar, ainda, de diversos grêmios, como: línguas, xadrez, comunicações, aviação, mergulho, música, fotografia, etc.
Ao final do curso, foram declaradas Guardas-Marinha e embarcaram no Navio-Escola “Brasil”, onde realizaram uma viagem de instrução de duração aproximada de seis meses, durante a qual, complementaram sua formação profissional e cultural, tendo a oportunidade de visitar países das Américas, Europa, percorrendo os Oceanos Atlântico e Pacífico, e o Mar Mediterrâneo.
Após o regresso da viagem de instrução, as Guardas-Marinha foram nomeadas Oficiais - no posto de 2º Tenente - e designadas para exercerem atividades nas diversas Organizações Militares da MB distribuídas ao longo de todo o território nacional.
No mesmo ano em que elas se formaram, outra significativa mudança estrutural foi trazida pela Lei nº 13.541, de 18 de dezembro de 2017, que concedeu a oportunidade de as mulheres exercerem atividades para a aplicação efetiva do Poder Naval, com o ingresso, na Escola Naval, no Corpo da Armada (CA) e no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Nesse diapasão, a partir de 2022, as mulheres também puderam ingressar nas Escolas de Aprendizes-Marinheiros, como integrantes no Corpo de Praças da Armada (CPA).
Em curto prazo, também tiveram a possibilidade de ingresso, a partir de 2023, nas Escolas de Aprendizes Marinheiros e nos Cursos de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, completando-se, assim, o processo de inclusão das mulheres em todos os Corpos, Quadros, escolas e centros de instrução da Marinha do Brasil, permitindo o embarque concomitante de Oficiais e Praças nas fileiras operativas.
Que o legado formado ao longo destes anos sirva de inspiração às novas gerações e de estímulo para futuras conquistas, consolidando cada vez mais a compreensão de que, por mérito próprio, elas são parcela relevante e indispensável da nossa Força.
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