Proposta de acordo de cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos está dentro dos termos de uma resolução da ONU; ENTENDA
Soldados israelenses mostram uma bandeira do Hezbollah quando voltam da ação contra os guerrilheiros do Hezbollah no sul do Líbano, 25 de julho de 2006, na fronteira israelo-libanesa, perto da comunidade de Avivim. • Shaul Schwarz/Getty Images |
O Gabinete de Segurança de Israel aprovou nesta terça-feira (26) um acordo de cessar-fogo com o grupo radical libanês Hezbollah.
A proposta é apoiada pelos EUA e está dentro dos termos de uma resolução da ONU.
Veja abaixo o que se sabe sobre as negociações.
O que há no acordo?
A proposta apoiada pelos Estados Unidos tem como objetivo uma suspensão de 60 dias no conflito e está sendo retratada como a base de um cessar-fogo definitivo, segundo um oficial libanês.
A autoridade pontuou que os termos estão dentro dos parâmetros da Resolução 1701 da ONU, que colocou fim à guerra entre Líbano e Israel de 2006.
O documento estipula que os únicos grupos armados na área ao sul do rio Litani, no Líbano, devem ser o Exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU.
A proposta também exige que as forças terrestres israelenses, que operam no sul do Líbano desde setembro, se retirem do país e exige uma aplicação mais rigorosa da Resolução 1701, conforme a fonte.
Quais eram os pontos críticos?
Uma fonte israelense havia lançado dúvidas sobre a probabilidade de um acordo, ressaltando que a recusa do Hezbollah em aceitar uma exigência de Israel poderia comprometer o processo.
Essa exigência era o “direito” de atacar o grupo no caso de uma violação do cessar-fogo.
Sem esta cláusula, acrescentou a fonte, estava incerto se o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conseguiria a aprovação do gabinete para o acordo.
O ministro israelense Bezalel Smotrich destacou que “a total liberdade operacional” para os militares de Israel no sul do Líbano era “inegociável”.
“No final da guerra, teremos liberdade operacional em Gaza e, portanto, também teremos liberdade operacional no Líbano”, declarou.
Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ressaltaram que Israel terá o direito de responder caso o Hezbollah viole as regras do cessar-fogo. “Deixe-me ser claro: se o Hezbollah ou qualquer outra pessoa quebrar o acordo e representar uma ameaça direta a Israel, então Israel mantém o direito à legítima defesa, de acordo com o direito internacional, afirmou o presidente americano.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e obrigando mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. O conflito entre Israel e o Hezbollah já deixou dezenas de mortos no território libanês.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva israelense, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.
CNN Brasil
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