Pix completa 4 anos em expansão, mas há quem ainda evite usar; apesar da adesão massiva, muitas pessoas ainda sentem desconfiança
Mas, há cerca de um ano, a pedido do novo emprego, ela se rendeu ao sistema e se juntou aos quase 170 milhões de usuários que utilizam o pagamento instantâneo, o Pix, que completa quatro anos neste sábado (16) e transformou a forma de realizar transferências e pagamentos no país.
Apesar da adesão massiva, muitas pessoas ainda sentem desconfiança. Para alguns, questões de segurança e conveniência ainda pesam mais que a praticidade. Especialistas em tecnologia e sistema financeiro, no entanto, garantem que o Pix é seguro e representa um caso de sucesso e orgulho nacional.
Sandra lembra que, até 2022, evitava até mesmo aplicativos bancários. Fazia questão de frequentar caixas eletrônicos e agências. Durante a pandemia, acabou baixando o app do banco por conta das medidas de isolamento social, mas ainda resistia ao Pix.
Hoje, ela ainda pensa duas vezes antes de usá-lo e prioriza pagamentos pelo débito, crédito ou dinheiro. "Sempre ando com R$ 10 ou R$ 20 na carteira. Até porque não são todos os lugares que têm internet boa", diz.
"É mais uma questão de comodidade. Acho prático usar o cartão e não vejo tanta necessidade do Pix, então acabei deixando pra lá."
O veterinário Alexandre Thomaz, 49, teme que o celular com Pix possa aumentar o risco de roubos. Ele utiliza o sistema apenas para receber pagamentos, nunca para efetuá-los.
"Me sinto inseguro de ficar carregando o celular para cima e para baixo. A gente vive num país muito violento. Prefiro não me submeter ao risco."
Uma das táticas mais atuais é a história de alguém que, após receber um Pix falso, devolve o dinheiro e acaba perdendo o valor, pois o golpista já havia acionado o MED (Mecanismo Especial de Devolução) para reaver a quantia.
Antônio Soares, CEO da Dock, empresa de tecnologia que oferece soluções para pagamentos e banking na América Latina, destaca que o sistema financeiro está em constante evolução justamente para responder a esses desafios.
"A fraude sempre evolui, e as soluções precisam evoluir para preveni-las. O sistema financeiro vai reagindo, criando defesas à medida que novas fraudes surgem. É um processo de ação e reação", afirma.
Desde o seu lançamento, o Pix passou por diversas melhorias de segurança, cada uma projetada para minimizar os riscos e tornar a experiência do usuário mais confiável.
Entre essas melhorias está o próprio MED, que permite a devolução de valores em casos de fraude comprovada.
Outra medida importante é o registro de dispositivos, uma função que restringe os valores de transação em novos celulares ou computadores, estabelecendo limites iniciais de R$ 200 por transação e R$ 1.000 por dia.
Além disso, o limite por faixa de horário foi introduzido para restringir transferências durante horários de maior vulnerabilidade, como o período noturno.
Muitos bancos também adotaram o conceito de locais seguros, em que certos limites de operação são aplicados automaticamente quando o usuário sai de sua área habitual.
Com esses mecanismos de segurança em constante aprimoramento, o Pix ainda tem potencial de crescimento, segundo os especialistas.
O Pix por aproximação, que permite que pagamento seja feito sem precisar entrar no aplicativo do banco, já está disponível em alguns bancos.
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