segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Apenas quatro prefeitos não conseguiram se reeleger na Paraíba

DERROTAS AMARGAS: Matéria do Polêmica Paraíba disseca sobre eleições em quatro municípios onde os prefeitos foram derrotados; SAIBA OS MOTIVOS

DERROTAS AMARGAS: Saiba os motivos pelos quais apenas quatro Prefeitos não conseguiram se reeleger na Paraíba

As campanhas eleitorais para o pleito municipal de 2024, movimentaram todos os 223 municípios paraibanos.

Para se ter uma dimensão do tamanho desta eleição, mais de 520 candidaturas foram registradas no TSE, englobando nomes da oposição e da situação.

Vencer uma eleição estando no grupo governista é muito mais tranquilo, pois o candidato tem a seu lado todo o aparato financeiro e de marketing, o que o coloca em uma posição de evidência.

Essa vantagem é ratificada quando quase a totalidade de prefeitos conseguiu se reeleger, mas em quatro cidades a história foi diferente e a oposição saiu vitoriosa.

Nessa matéria nós iremos dissecar às eleições nesses quatro municípios e os motivos para essas derrotas dos prefeitos.

A disputa em Riacho dos Cavalos foi a mais disputada dentre às quatro cidades nesta lista. A diferença entre os dois candidatos foi de apenas 22 votos.

Companheiros de chapa entre 2013 e 2020, Hugo Vieira e Eudim de Dé, comandaram a cidade durante os dois mandatos de Hugo na prefeitura.

Para o pleito de 2020, o escolhido para à sucessão do prefeito, foi Eudim, que venceu aquelas eleições, em uma margem tranquila.

ROMPIMENTO

No ano de 2023 foi anunciado oficialmente o rompimento entre o prefeito e o grupo de Hugo, após diversos rumores que davam conta de um distanciamento evidente entre os aliados.

ARTHUR COMO CANDIDATO

A surpresa foi a escolha do nome do grupo Vieira na disputa. Quando se achava que o nome natural seria o do ex-prefeito Hugo, o escolhido foi o seu filho e estreante na política, Arthur.

VITÓRIA ACIRRADA

As pesquisas davam a dianteira para Hugo com uma margem um tanto quanto tranquila, mas o que se viu na eleição, foi um pleito decidido por apenas 22 votos, ratificando a força dos Vieiras na cidade.

Vereador por dois mandatos, Edilson Pereira de Oliveira disputou à prefeitura pela primeira vez em 1996, como vice da chapa encabeçada por Carlos Araújo, que foi derrotada em um pleito acirrado contra Antônio Lopes.

Edilson Pereira decidiu retornar às disputas em 2004, se tornando prefeito, derrotando Lucrenato Ramalho Leite Júnior, filho do ex-prefeito Lucrenato Ramalho Leite e nome apoiado pelo prefeito Antônio Lopes. Reeleito na eleição seguinte em um pleito contra o mesmo Lucrenato, Edilson não conseguiu eleger sua sucessora em 2012, em mais uma derrota para Antônio Lopes.

Para às eleições de 2016, Edilson se colocou como candidato das oposições, mas teve sua candidatura impugnada pela Justiça, baseado na Lei da Ficha Limpa. Para o seu lugar, o ex-prefeito indicou a sua esposa, Francisca das Chagas Andrade de Oliveira, mais conhecida pelo apelido de Chaguinha de Edilson e é nesse momento que o atual prefeito aparece como componente das chapas majoritárias.

Irani Alexandrino como aliado

Quinto vereador mais votado em sua primeira eleição no pleito de 2012, Irani Alexandrino foi colocado como vice da chapa de Chaguinha, que foi eleita com pouco menos de 100 votos de vantagem sobre Antônio Lopes. A parceria se repetiu em 2020, mais uma vez derrotando Lopes, com uma vantagem de quase 10% dos votos.

Morte da prefeita

Mas tudo mudou em 23 de março de 2021, quando a prefeita faleceu, vitimada pela Covid-19, aos 62 anos. Com a sua morte, Irani Alexandrino tomou posse, tendo o viúvo e ex-prefeito Edilson como seu Chefe de Gabinete.

Rompimento em praça pública

A união entre Irani e Edilson durou mais dois anos, se encerrando de uma forma um tanto quanto traumática, quando Edilson e seus aliados foram exonerados da gestão de Irani em setembro de 2023. Após o rompimento, Edilson Pereira retirou a foto da esposa da prefeitura e caminhou pelas ruas da cidade, ao lado de apoiadores e aliados.

Eleição 2024

Todo o clima de acirramento que antecedeu o pleito se colocou nas previsões políticas que consideram a disputa em Coremas, uma daquelas onde não se poderia cravar um resultado, pelas forças dos dois grupos.

O ex-prefeito Edilson Pereira venceu ao atingir 52,64% contra 47,36% do prefeito Irani, consolidando Edilson como a principal figura da política de Coremas nos últimos 20 anos.

A disputa em Cuitegi foi algo parecido com o caso de Coremas. O ex-prefeito Guilherme Madruga comandou a cidade entre 2013 e 2020, tendo vencido Geraldo Serafim no pleito de 2016.

Para 2020, Guilherme Madruga decidiu indicar o vice-prefeito Chico Mala como seu sucessor em uma nova disputa contra Geraldo Serafim, que levou a eleição por uma margem de apenas 1% dos votos.

Eleição 2024

Guilherme Madruga decidiu retornar ao pleito nestas eleições e desde o começo do ano às enquetes e pesquisas davam a dianteira ao ex-prefeito, chegando a 10 pontos de vantagem.

Os prognósticos estavam certos e Guilherme Madruga conseguiu se eleger em uma vantagem ainda maior do que se esperava, sendo inclusive a maior distância entre os candidatos de oposição que derrotaram os prefeitos, com quase 15% de frente para Geraldo Serafim.

A eleição de Lagoa de Dentro apresenta uma diferença bastante peculiar para os outros três municípios da nossa lista.

FABIANO PEDRO e ZEZINHO x CAMAF em 2020

Após comandar a cidade entre 2013 e 2020, o então prefeito Fabiano Pedro decidiu indicar o tio, Zezinho da Rapadura, como seu sucessor. Essa decisão desagradou o vereador Camaf Douglas.

Camaf Douglas que até então fazia parte da base governista, decidiu romper com o grupo após se sentir traído pela escolha do então prefeito. O vereador decidiu então sair candidato pela oposição, superando as expectativas perdendo o pleito por apenas pouco mais de 1% dos votos, o que já indicava um desgaste do grupo comandado por Fabiano Pedro.

ROMPIMENTO ENTRE FABIANO E ZEZINHO

Mas em dezembro de 2023, um rompimento mudou totalmente às estruturas da política da cidade, quando o ex-prefeito Fabiano Pedro alegou centralização do poder e perseguição contra seus aliados, por parte do prefeito Zezinho.

Com essa ruptura, Fabiano decidiu também sair candidato, polarizando ainda mais uma eleição que já parecia acirrada com a revanche entre Zezinho e Camaf Douglas.

VITÓRIA SURPREENDENTE

Enquetes realizadas meses antes das eleições davam a vitória tanto para o prefeito como para Fabiano Pedro, mas em nenhum dos casos, Camaf Douglas aparecia como favorito para levar o pleito.

Mas o rompimento entre Zezinho e Fabiano e o sentimento de mudança de um grupo que estava há mais de 10 anos à frente do comando da cidade, foi primordial para o triunfo de Camaf Douglas que se beneficiou pela divisão de votos entre os adversários e venceu o pleito com 41,72%, contra 29,69% do prefeito Zezinho e 28,59% de Fabiano Pedro.

Fonte: Vitor Azevêdo - Créditos: Polêmica Paraíba

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