Campina Grande, na Paraíba, completa 160 anos de Emancipação Política; conheça aspectos da Rainha da Borborema, uma das cidades mais acolhedoras do Nordeste
Uma cidade acolhedora, pujante, tecnológica e inovadora. Erguida no alto do Planalto da Borborema, a 555 metros acima do nível do mar, e localizada a 120 km de João Pessoa, Campina Grande celebra nesta sexta-feira (11), 160 anos de Emancipação Política.
Cantada em versos e prosas por poetas e compositores, Campina Grande tem características próprias que a tornam uma das cidades mais acolhedoras do Nordeste e refúgio para “ilustres forasteiros” .
Passear pelas ruas, avenidas, praças e monumentos da Rainha da Borborema é fazer um mergulho na história e descobrir uma riqueza que transcende os prédios históricos e a bravura do seu povo. Campina da Feira Central, do Parque Evaldo Cruz, da Praça da Bandeira, do Parque do Povo, do Açude Velho, cartão postal da cidade com o seu emblemático monumento aos Pioneiros; do Parque da Criança, do açude de Bodocongó, da avenida Floriano Peixoto, e de bairros populares como José Pinheiro (Zepa), Malvinas, Liberdade, Bodocongó e Pedregal.
Nascida graças ao olhar de visionários, Campina é a sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desenvolveu todas as variedades do algodão colorido que hoje, aquecem a indústria têxtil com produtos ecologicamente corretos. A cidade é a única do Brasil a sediar a Federação da Indústria, fora da capital. A Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), traduz o potencial de Campina como cidade tecnológica e polo industrial.
Personagens ilustres nas artes, política, esportes, e cultura ajudaram a enriquecer a história de Campina, como, Ronaldo Cunha Lima, Biliu de Campina, “As três Ceguinhas”, Genival Lacerda, Bráulio Tavares; entre outros. Além do mais a cidade abraçou outros filhos do coração, como Elba Ramalho, que nasceu em Conceição do Piancó, mas viveu toda infância em Campina, a pernambucana Marinês, Raymundo Asfora, Rosil Cavalcanti, e outros nomes ilustres.
Fundada em 1697 e elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial de Nº 137, Campina Grande celebra 160 anos de história e inovação. Essa combinação única faz da cidade um lugar especial, onde a rica cultura nordestina se encontra com o desenvolvimento tecnológico.
Sagacidade, perspicácia e luta, são marcas indeléveis do povo da cidade que em 160 anos de existência, escreveu uma história marcada por lutas, conquistas e desafios. E de feitos históricos. Nascida em berço de ouro branco e enquanto estratégico ponto comercial dos tropeiros, a antiga Vila Nova da Rainha, Campina não para de se reinventar, e atualmente envia talentos da tecnologia para outros países, respira cultura e se alimenta da própria memória.
Ao longo do tempo, Campina viveu pelo menos seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento, desde a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequente, aldeamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão.
Segundo os historiadores, esses fatos, embora de grande relevância, não teriam tornado Campina, uma cidade futurista, moderna com característica de metrópole, e um dos municípios que mais cresce no interior do Nordeste, se não fossem a luta e o espírito visionário do seu povo, conforme destacou em entrevista ao PB Agora, o historiador e presidente do Instituto Histórico de Campina Grande, (IHCG), Vanderley Brito.
O professor e historiador enfatizou que para chegar à condição de uma grande cidade que domina a região da Borborema, Campina Grande, percorreu todo um trajeto. A chegada da linha férrea, o apogeu do algodão, e outros fatores, foram importantes para colocar a cidade nos trilhos do desenvolvimento e promover o progresso, mas a mola propulsora de tudo, conforme destacou Vanderley Brito, foi a sagacidade e luta do seu povo.
O historiador ressaltou que os fatos históricos foram apenas complemento. Campina segundo ele, cresceu por força e obstinação do seu próprio povo.
“Nossa cidade sempre teve cidadãos, ufanos, dotados de persistência teimosia, sobretudo no que se refere a trazer vantagens e benefícios comuns para o nosso povo. É uma questão até de personalidade campinense. O nosso povo tem um orgulho sem medida da cidade que vive” destacou o historiador.
Ao longo dos 160 anos, muitos homens se destacaram no processo de crescimento de Campina Grande, a exemplo do coronel Alexandrino Cavalcanti de Albuquerque Belo, que resolveu construir um mercado e erguer edificações, criando uma vila inteira de comércio, nascendo assim, a rua Maciel Pinheiro, uma das principais e coração econômico da cidade.
A partir dessas construções, Campina passou a se consolidar como uma cidade mercantil, com comércio pujante que impulsionou o desenvolvimento da cidade.
Situação semelhante foi registrada no auge do algodão, quando Campina Grande se transformou na segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra.
Na época, a riqueza já passava por muitos municípios do Estado sendo transportada no lombo dos burros. Os comboios percorriam parte da Paraíba. Mas foram os investidores de Campina Grande, que souberam aproveitar a rota do produto e transformaram a cidade na maior praça algodoeira do país, e uma das maiores do mundo.
Se Campina hoje tem um pólo industrial forte, é graça a luta de muitos visionários. O historiador Vanderley Brito cita o movimento que surgiu para a implantação do polo industrial na cidade, uma luta que teve como principal desafio, convencer a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), a instalar um arrojado distrito industrial no município.
“Tudo isso foi conquistado com muita persistência e obstinação. E é por causa desse espírito de grandeza, que Campina Grande há muito tempo é esse fenômeno, se diferenciando de centenas de cidades do interior do norte e nordeste do País. Um povo obstinado, vanguardista “, enfatizou.
Conhecida como “A Rainha da Borborema”, Campina, é considerada um dos principais polos industriais da Região Nordeste bem como um dos maiores polos tecnológicos da América Latina, além de “Berço do Saber” para vários paraibanos de outras cidades e também de pessoas de outros estados e até de outros países. Um polo de excelência na produção de softwares e que exporta tecnologia de ponta.
Campina Grande também é destaque nas áreas de informática, serviços (saúde e educação), no comércio e na indústria, principalmente indústria de calçados e têxtil, que são suas principais atividades econômicas. A cidade figura como a terceira mais inovadora do Brasil e a primeira do Nordeste no segmento de inovação, em pesquisa realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
A cidade também é destaque na cultura, tendo como o seu carro chefe, o Maior São João do Mundo, além do Festival de Inverno, e os eventos religiosos realizados durante o período do carnaval.
Entre tantos fatos destaques para a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequente aldeamento, a emancipação política em 1864, a saga dos Tropeiros, a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso, a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão. A cidade se tornou um polo tecnológico e se destaca como uma das melhores do Brasil para estudar, trabalhar e fazer carreira.
Sob o signo do desenvolvimento e do progresso, Campina Grande chega aos seus 160 anos como cidade de vanguarda, um comércio pujante, e um polo educacional e tecnológico consolidado. Entre a riqueza do passado, e a memória de seus desbravadores, ela fixa os olhares para o futuro, sempre reservado para o seu povo, as oportunidades para superar crises, vencer desafios e recomeçar na busca por novos sonhos.
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