Paraibano Hugo Motta tem apenas 34 anos, mas já criou uma rede de vastas relações em Brasília ao longo de seus quatro mandatos como deputado federal
O Jornal Valor Econômico destacou, em matéria do site, nesta quarta-feira, a atuação do paraibano Hugo Motta (Republicanos), que passou a ser o favorito na disputa pela vaga de presidente da Câmara dos Deputados.
A reportagem de Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro afirma que ele tem como grande "padrinho", ou melhor, "pai de consideração", o deputado do PP, Ciro Nogueira.
Pródigo na política, tendo sido o deputado federal mais jovem eleito 1m 2016, com então 21 anos, Motta é herdeiro de uma famíoia poderosa em Patos, quarto município meis populoso da Paraíba, diz a reportagem.
O Valor lembrou também que Hugo já foi um dos Cunha-boys, jovens deputados que ganharam protagonismo com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (Republicanos-RJ).
Em um dos trechos, destacou ainda que Motta esteve na base governistas dos três últimos presidentes.
"Motta
fez parte da base de apoio dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair
Bolsonaro (PL) e, agora, também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT)".
Confira a reportagem na íntegra:
Novo
favorito para a eleição pela presidência da Câmara, o deputado Hugo
Motta (Republicanos-PB) tem apenas 34 anos, mas já criou uma rede de
vastas relações em Brasília ao longo de seus quatro mandatos como
deputado federal.
Um
dos principais, que o ajudou a chegar como favorito ao cargo, é a
relação com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), que o
trata como um “filho de consideração”.
Nogueira foi o mais ativo nas articulações para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convencesse o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), a desistir da candidatura para que Motta pudesse entrar na disputa.
A intenção é que
ele seja um candidato de consenso – o que ainda não ocorreu, já que
Elmar Nascimento (União-BA), Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões
(MDB-AL) avisaram que vão se manter como candidatos.
Parlamentares resistem à articulação de Lira em torno de Hugo Motta e devem manter disputa à presidência da Câmara
Prodígio na política, tendo sido o deputado federal mais jovem eleito em 2010, com então 21 anos, Motta é herdeiro de uma família poderosa em Patos, quarto município mais populoso da Paraíba.
Seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), é o atual prefeito da cidade, cargo que exerce pela terceira vez, e concorre à reeleição agora em outubro.
A vó dele, Francisca Motta, foi prefeita de 2013 a 2016 e um tio comandou a cidade ainda na ditadura militar.
Hugo chegou à Câmara em 2010, mas foi no segundo mandato que se destacou como parte dos “Cunha boys” –jovens deputados que ganharam protagonismo com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (Republicanos-RJ).
Cunha
e Motta eram, na época, do PMDB (hoje MDB), e o então presidente da
Casa o fez presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, para investigar o então governo Dilma (PT).
Dilma
perdeu o mandato num impeachment, com o voto favorável de Motta, mas
Cunha foi cassado meses depois sob a acusação de mentir sobre dinheiro
mantido no exterior. Neste caso, Motta preferiu se abster e não votou na
sessão que tirou o mandato do aliado.
Motta
trocou de partido para disputar a reeleição em 2018 e entrou no
Republicanos. O caminho favorito era o PP, mas o partido já estava sob o
comando de outro deputado federal e Nogueira o apresentou ao presidente
do Republicanos, Marcos Pereira.
Na
sigla, Motta fez parte da base de apoio dos ex-presidentes Michel Temer
(MDB) e Jair Bolsonaro (PL) e, agora, também do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT).
O paraibano está no terceiro ano seguido como líder do Republicanos na Casa e, em 2022, foi o deputado federal mais votado de seu Estado. A eleição para presidente da Câmara, caso realmente ocorra, pode mudar os planos, mas o deputado era cotado para concorrer ao Senado ou até ao governo da Paraíba em 2026.
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