Saudoso Cabo Lacerda: 'gente da gente'

Em 1969, o policial militar Severino Ramos de Lacerda chegava para trabalhar em Juru, no Sertão da Paraíba, cidade onde se casou e foi sepultado 

Além de policial militar, o saudoso Cabo Lacerda era um exímio pescador e bom jogador de futebol

Nascido em 30 de dezembro de 1937, no município de Pombal (PB), o policial militar Severino Ramos de Lacerda, chegava à cidade de Juru, no Sertão da Paraíba, no final dos anos 60, para assumir o destacamento policial e as funções de delegado. 

Solteiro, logo o charmoso policial começou a ser assediado por algumas moças bonitas e recatadas da pequenina cidade. Naquela época, para desgosto dos rapazes que moravam por essas plagas, quase todas elas sentiam atração pelos 'homens de farda' escalados para trabalhar nas cidade do interior. 

No entanto, o Cabo Lacerda, como o militar era conhecido, apaixonou-se por uma jovem e bela viúva com quem veio a se casar em 1969. Da união matrimonial com Jozelita Bento de Lacerda, nasceram sete filhos: Rosemere, Raniere, Rosinalva (Tiduda), Maria José (Pelé), Romero, Rondinelle (Chiquinho) e Rosineide. O casal adotou ainda um outro filho (Bambam).

Antes da união com o Cabo Lacerda, Zelita já era mãe de Inácio, filho do seu primeiro casamento com outro militar, um sargento da Polícia Militar natural da cidade de Monteiro (PB), que em Juru também chegou para trabalhar e aqui contraiu matrimônio. 

Assediado pelas moças da cidade, o Cabo Lacerda se apaixonou pela então viúva Jozelita Bento, com quem se casou e teve sete filhos

O Cabo Lacerda era um bom jogador de futebol. Além de jogar no principal time da cidade, também era um exímio pescador e, na época, ele quase acabava com os peixes dos pequenos açudes do município. 

Quando não pegava peixes, o Cabo Lacerda capturava gias, grandes rãs que viviam camufladas onde tivesse água, inclusive nos esgotos. Elas serviam de tira gosto, deliciosamente preparado por ele, para as cachaças que bebíamos após as peladas com bola nos fins de tarde.

Nascido na cidade de Pombal (PB), em 30 de dezembro de 1937, o cabo Lacerda morreu em 08 de fevereiro de 1992, em Juru (PB)

No dia 08 de fevereiro de 1992, morria o Cabo Lacerda, e, pela segunda vez, Zelita ficava viúva do segundo marido policial. 

O primeiro esposo de Zelita foi o Sargento Heleno, pai de Inácio, que foi morto na cidade de Água Branca (PB), numa tentativa de prender um indivíduo chamado 'Branquinho', que era muito temido na região e também morreu no conflito com a polícia.

Antes, porém, em outra ação policial realizada quando trabalhava em Juru, o sargento Heleno escapou com vida de outro ato de violência que deixou três pessoas mortas em um dia de feira livre da cidade. Na ocasião, o policial militar sofreu dezessete peixeiradas.