Ligação com miliciano, familiares em quartel bolsonarista e combate à ‘desinformação’; confira as primeiras polêmicas de ministros da nova gestão Lula
O presidente Lula (PT) completa nesse domingo (08) sua primeira semana da nova gestão, mas o pouco tempo na presidência do País já trouxeram para o petista os primeiros ‘pepinos’ envolvendo sua equipe de ministros e auxiliares.
O Polêmica Paraíba separou cinco polêmicas envolvendo a equipe de Lula que tem dividido opiniões nas redes sociais e causado certo estresse no governo federal. Confira a seguir:
Ligação com milicano
Uma das polêmicas envolve a nova ministra do Turismo, Daniela Carneiro. A ministra é esposa do prefeito de Belford Roxo-RJ, Waguinho (União) e foi descoberto que o grupo político do casal tem relação com o ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio, mais conhecido como Jura. Não só o grupo político, mas o próprio casal tem uma relação próxima com o ex-policial.
Jura foi condenado e preso sob acusação de ter chefiado uma milícia na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser citado no relatório final da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Integrantes do governo Luta têm tentado minimizar o elo de ligação entre a nova ministra e o miliciano. A situação tem causado certo constrangimento na gestão e também no União Brasil, partido onde o casal é filiado.
Após a notícia explodir, a assessoria da ministra afirmou, em nota, que Daniela recebeu apoio político em diversos municípios nas eleições de 2018, afirmando que apoio político “não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito”.
Irmã de ministra recebeu carro em troca de contrato
Outra polêmica é envolvendo novamente a ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Dessa vez, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que a irmã de Daniela, Djelany Machado, foi ‘presenteada’ por um empresário que venceu uma licitação suspeita de superfaturamento na cidade de Belford Roxo em 2018.
Como dito anteriormente, o prefeito da cidade é Waguinho, esposo da ministra e cunhado de Djelany. A denúncia do MP afirma que Djelany recebeu um Toyota Corolla, que em 2018 tinha preços a partir de R$ 90 mil, “em contra partida como presente”, ou seja, como uma retribuição pelo contrato fechado pela prefeitura municipal. O caso tramita até hoje, sob sigilo.
Familiares de ministro em quartel com bolsonaristas
O novo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, deu uma declaração polêmica nessa semana afirmando que tem amigos e parentes nos acampamentos bolsonaristas em frente aos quarteis, onde o grupo clama por atos golpistas e até mesmo intervenção militar contra o presidente Lula. Os conhecidos do ministro se concentraram em Recife.
Na sua declaração, Múcio disse que nem todos os bolsonaristas em frente aos quarteis são radicais. Ele considerou as manifestações legítimas.
“Aquelas manifestações no acampamento, falo com autoridade porque tenho parentes lá, no de Recife, tenho alguns amigos aqui, é uma manifestação da democracia. Aos pouquinhos aquilo vai se esvair e vai chegar ao lugar que todos nós queremos”, disse.
A declaração do ministro é contrária às que outros auxiliares já deram, condenando as concentrações.
Órgãos contra desinformação
Um dos primeiros atos de Lula como presidente foi a criação da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, para representar o governo no combate à “desinformação sobre políticas públicas”. O tema é polêmico pois não há hoje no ordenamento jurídico brasileiro a definição do conceito de desinformação.
Críticos da decisão veem risco de avaliações arbitrárias sobre o que é desinformação e até uma certa forma de censura, afirmando que seria o governo quem decidiria o que é mentira ou não.
Procurada pela imprensa nacional, a a Advocacia-Geral da União (AGU), onde ficará instalada essa Procuradoria, afirmou que não há qualquer intenção de restringir opiniões e as liberdades de informação e expressão. Segundo o órgão, a proposta é atuar em casos de flagrantes mentiras, com clara intenção dolosa e que podem causar danos à sociedade, citando como exemplo a propagação de uma informação falsa acerca da data de pagamento de um programa social.
Pronome neutro ‘todes’
Os primeiros eventos oficiais nessa primeira semana de governo, como por exemplo a posse de ministros, estão sendo iniciados e finalizados com os cumprimentos a todos, todas e ‘todes’. O pronome ‘todes’ não faz parte das normas oficiais da língua portuguesa, mas vem sendo utilizado para se dirigir a pessoas não binárias, que são aquelas que não se identificam exclusivamente com o gênero masculino ou com o gênero feminino. O termo tem sido bastante incentivado pelo público LGBTQIA+, como forma de inclusão.
O pronome neutro consiste no uso da letra “e” em substantivos, em vez de “a” ou “o”. Além do ‘todes’, outros exemplos seriam os pronomes ‘elu’, ‘delu’, ‘ile’ e ‘dile’.
No entanto, a atual ministra do Turismo, Daniela Carneiro, está novamente envolvida no tema. Ela foi coautora de um Projeto de Lei que busca vedar a utilização de linguagem neutra por escolas públicas e privadas.
Polêmica Paraíba - Publicado por: Bruno Marinho
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